quarta-feira, novembro 27, 2013

Tratamento para abusadores sexuais precisa-se

“Sexo, Crianças e Abusadores” é o título de um livro que resulta da realização de uma investigação clínico-forense, no âmbito da conclusão do Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI. Um trabalho de Filipa Carrola que entre 2010 e 2011 se dedicou a uma investigação que ajuda a avaliar “a personalidade e saúde mental” do sujeito abusador.
O documento com prefácio de Barra da Costa (profiler criminal) poderá ser um contributo para a compreensão e promoção de acções de acompanhamento e cura dos abusadores sexuais. Por outro lado, a tese de mestrado ajuda a “desmistificar a confusão que existe na sociedade entre pedofilia e abuso sexual de crianças, e os mitos que criam um imagem estereotipada acerca do crime de abuso sexual de crianças, abusadores e crianças”. 
No âmbito do estudo foram ouvidos em contexto prisional “62 abusadores sexuais de crianças” que cumprem pena nos estabelecimentos prisionais da Guarda, Covilhã, Castelo Branco e Carregueira. No trabalho de campo a jovem investigadora ouviu ainda “63 sujeitos da população normativa, que foram avaliados em termos da sua personalidade e saúde mental, através da aplicação de dois instrumentos de avaliação psicológica (entenda-se, questionários). Para complementar o estudo e melhor caracterizar a amostra foi também aplicado a todos os sujeitos de ambos os grupos um breve questionário sócio-demográfico. Após a análise estatística concluiu-se que a média de idades dos abusadores sexuais foi “de 44 anos, sendo que 53,22% destes sujeitos tinha idade igual ou inferior a 45 anos. No que respeita à escolaridade, 48,38% dos abusadores estudados tinham escolaridade equivalente ao 2.º/3.º ciclos do ensino básico, 40,32% tinham escolaridade igual ou inferior ao 1.º ciclo do ensino básico e 11,29% tinham escolaridade igual ou superior ou ensino secundário”. Por outro lado, os abusadores em causa pertencem a “vários estratos socio-económicos e as suas competências sociais e culturais são variáveis. É um grupo heterogéneo psicologicamente afectado, pois ao nível da personalidade tinham dificuldade em identificar e gerir emoções”. São tendencialmente hostis e negativistas. Estão associados a problemas de alcoolismo e a um sub mundo quantas vezes criado pelos próprios e com base nas “fantasias e vícios” de cada um.
Filipa Carrola entrevistou cada um dos abusadores e em nenhum momento sentiu desconforto. Ainda assim sublinha a tentativa de cada um dos abusadores em justificar o injustificável. “Muitas vezes disseram que foram seduzidos pela vítima. Mas o relato mais marcante foi o de um jovem abusador que me disse ser o Messias e encarnando uma pessoa teria de dar carinho e afecto permanente às crianças”.
Apreensiva com o retrato dos abusadores, Filipa Carrola deseja que o seu trabalho académico abra caminho “ao tratamento dos abusadores evitando o crescimento das taxas de reincidência e protegendo mais as crianças”. A investigadora, natural da Covilhã, referiu ao JF ser imperioso “contrariar a ideia de que a prisão é o único tratamento penal para estes sujeitos, pois muitas vezes saem mais perigosos”. À semelhança do que acontece com os condenados por violência doméstica, em Portugal não há uma estratégia de tratamento dos criminosos/condenados. Filipa Carrola lembra a Convenção dos Direitos da Criança em que os todos os países se comprometem a legislar para prevenir todas as formas de violência sexual e a prevenção está também no tratamento, alerta! Ainda assim, sublinhe-se que em Portugal existe nos Estabelecimentos Prisionais de Paços de Ferreira, Carregueira e Funchal um programa de acompanhamento de abusadores sexuais mas cujos resultados práticos são desconhecidos. “Em 2011 pensou-se dar continuidade ao programa fora do contexto da cadeia”, conclui. Da investigação, que permitiu a Filipa Corrola um brilhante 19, resultou a publicação de um artigo numa revista de Criminologia no Brasil e dois capítulos na revista Portuguesa de Psicologia. Continuar o trabalho académico de investigação nesta área é o próximo passo da autora do livro “Sexo, Crianças e Abusadores, que se propõe tirar o Doutoramento e desenvolver as suas competências no acompanhamento dos abusadores sexuais. 

Publicado no Jornal do Fundão de 14 de Novembro de 2013

segunda-feira, novembro 18, 2013

Desinvestimento na cultura ameaça um bem essencial

Fernando Sena o actor que é director e fundador de uma companhia de teatro que é um exemplo de resistência à interioridade e à ausência de uma maior aposta na produção cultural. ”Sou contra a menorização da cultura”.


Fernando Sena, director do Teatro das Beiras, fundador da associação que deu origem à companhia profissional de teatro. O GICC- Grupo de Intervenção Cultural da Covilhã, fundado em 1974, e onde foi actor e encenador. Foi um dos mentores de um projecto cultural ecléctico, que à época era único na Beira Interior, pioneiro no combate ao analfabetismo. Na conversa realizada na sede da companhia, Fernando Sena recordou os primeiros passos de um projecto que assume como parte integrante da sua vida e elege a profissionalização da companhia como o marco mais importante do projecto. O primeiro espectáculo foi logo em 1975, mas a associação tinha uma intervenção multifacetada. “Muito antes de se falar de analfabetismo, dinamizámos a alfabetização e houve quem tenha feito o exame da quarta classe, após as aulas aqui realizadas”. A realização em Agosto de O acto na Montanha, permitindo a troca de experiência e aperfeiçoamento de conhecimento no teatro e outras artes foi, durante dez anos, outro doa marcos da companhia. Resistir “às inúmeras dificuldades criadas ao teatro e à cultura” tem sido a estratégia. Aos parcos apoios financeiros que desde sempre marcaram o apoio à produção cultural - ao contrato de financiamento assinada em 2009 com a Direcção Geral das Artes, sucederam-se cortes que em 2013 chegaram aos 70% - junta-se a interioridade. “Quando fizemos o primeiro festival, um camião com os cenários demorava nove horas na viagem desde Lisboa à Covilhã. Hoje as viagens são menos demoradas mas a vida das companhias no interior continua financeiramente muito complicada. Seja pelo desinvestimento do Estado, seja pelo encerramento de serviços. Sem elementos catalisadores decresce a população”. Apesar dos contratempos Sena orgulha-se da panóplia de espectáculos realizados. “Mais de duas mil e duzentas produções em 39 anos, uma centena de espectadores por sessão”. Contestando o aparente divórcio entre o público e o teatro, Fernando Sena sublinha o decréscimo de espectadores também no cinema e questiona se “esse divórcio com a cultura não será, antes, um reflexo da formação das pessoas e da sociedade em geral”. Ou no resultado da perda de poder de compra! Quanto à estratégia de produção a aposta recai em nomes universais (Moliére e Goldoni) e “textos acessíveis”. Trabalhamos para o grande público e também para as crianças. Também produzimos espectáculos a partir de textos mais herméticos” mas que “têm uma grande qualidade e que pertencem a autores de renome mundial”. Enriquecem a oferta da companhia profissional que ao longo dos anos apresentou “quase 90 produções próprias”. Actualmente o Teatro das Beiras tem em cena o espectáculo de Dário Fou, “Pagar aqui Ninguém Paga”, que tem tido boa receptividade do público mas “infelizmente não tem havido condições para fazermos circular mais peças a nível nacional”. Embora a região e o país disponham actualmente uma rede de - e infra-estruturas culturais a verdade é que de há “quatro ou cinco anos a esta parte fazem-se menos espectáculos e digressão”. Enaltecendo o plano de recuperação de cine-teatros nas capitais de distrito, Fernando Sena elogia a estratégia do então Ministro da Cultura (Manuel Maria Carrilho) mas lamenta que a construção de novos equipamentos (um por concelho) não tenha sido acompanhada pela contratação de bons programadores. “A maioria das salas encontra-se distante da actividade para a qual foi construída. Não estando abandonadas, são salas sem uma oferta regular de produção profissional”. A recuperação do Teatro Municipal da Covilhã que deverá ser uma das apostas do novo executivo do Município da Covilhã, merece um alerta: “Espero que não se comentam erros idênticos aos realizados pelo país em que se gastaram milhões de euros em salas com problemas técnicos de todo o tipo. A programação deverá ser adequada à cidade e não a preferência de uma ou duas pessoas”. O Teatro das Beiras está a fazer 39 anos, a caminho vem o Festival de Teatro, que nasceu em 1980 como Ciclo de Teatro de Outono, antevê-se uma programação cultural à altura da credibilidade da companhia. Actualmente reúne seis actores residentes, sonha com um espaço “mais digno para a apresentação de espectáculos”. “Trabalhamos com muito bons actores que não beneficiando do mediatismo das telenovelas são muito profissionais”. Embora a televisão seja um enorme meio de difusão de actores, Fernando Sena queixa-se de que “ao nível do espectáculo televisivo, não existe oferta de teatro. Nem na televisão pública! Mas a mediocridade não se fica pela oferta das estações privadas, a pública que é suportada por todos nós actua com a mesma ligeireza”, afirma. Em tom critico, lembra o ”país da compra e vende-se que esqueceu a cultura. Para mim a cultura faz parte da vida como um bem essencial”.

Publicado no Jornal do Fundão em Outubro de 2013

domingo, novembro 17, 2013

Da UBI para o mundo da moda

Priscila Borges Franco, mestre em Design de Moda pela Universidade da Beira Interior apresentou a sua colecção Primavera/Verão 2014 no Portugal Fashion. O convite surgiu depois de ter ganho o concurso Portuguese Fashion News/Modtissimo. Natural do Brasil a jovem que se apaixonou pela Covilhã ruma a Edimburgo na Escócia para fazer o doutoramento em sensores têxteis incorporados.

A conversa decorreu no Serra Shopping da Covilhã um dia depois de Pritt (nome artístico) de 31 anos ter vivido uma das mais importantes experiências no mundo da moda. Mostrar as suas criações no palco dos novos talentos do Portugal Fashion. Na véspera de apanhar voo de regresso ao Brasil a jovem designer de moda partilhou com o JF a aventura de casar e viver ao lado da sua cara-metade numa cidade com menos 650 mil habitantes que Uberlândia no estado de Minas Gerais. Nada que a tenha transtornado pois a ideia de um povoado junto à serra da Estrela sem movimento nem diversão rapidamente caiu por terra e o casal vê a Covilhã como um território próspero e cosmopolita. “A Covilhã já foi um centro económico importantíssimo para Portugal e embora tenha perdido alguma dessa influência, carrega uma história valiosa em tudo idêntica à de muitos Portugueses que conseguiram grandes feitos e descobertas”, afirma a jovem estudante que nos dois anos em que viveu na Beira Interior não esqueceu de conhecer a terra do descobridor Pedro Álvares Cabral. Foi na Covilhã que se desenvolveu toda a estratégia de participação em iniciativas que pudessem abrir horizontes no mundo da moda. Pritt participou com mais duas colegas da UBI num concurso europeu em França que lhe permitiu conhecer gente de toda a Europa, e nessa altura constatou que a UBI é conhecida no estrangeiro. Nessa altura teve a primeira oportunidade de mostrar a sua capacidade de trabalhar a lã e o burel. “Estando na serra da Estrela fui a Manteigas ver uma exploração de burel e por lá inspirei-me no pastor, criei duas peças de burel, um tecido excelente para desenvolver um vestido longo de cerimónia e um outro conjunto prêt à porter para o dia-a-dia baseado na realidade da calça larga do guardador de gado mais o colete e o boné. Foi uma experiência muito enriquecedora trabalhar a lã cardada e no burel”, conclui Pritt. “Agradeço à Universidade da Beira Interior por todo o apoio e incentivo que recebi nestes dois anos que aqui estive. A universidade foi fundamental para expandir os meus conhecimentos e horizontes e com este desfile, no maior evento de moda de Portugal, recebo o reconhecimento público de toda a formação que aqui adquiri”, salienta a designer que, no último fim-de-semana, mostrou as suas coordenadas na Passerellle Bloom do Portugal Fashion. Na passadeira para estreantes Priscila Franco apresentou conjuntos para a próxima Primavera/Verão cujas fotos foram imediatamente publicados no site da prestigiada Vogue. Mas chegar ao Portugal Fashion implicou a realização de outros trabalhos, vencendo outras provas de fogo. Foi assim há um ano no Modtissimo no Porto, uma exposição técnica onde as empresas de Portugal e do estrangeiro mostram tecidos dando oportunidade a novos designers. “A organização vai às universidades em busca dos melhores e através da UBI pude participar, na edição de Outubro de 2012, com o trabalho para os desfiles e outras provas. Fiquei em primeiro lugar com um trabalho vanguardista dedicado ao tema Galáxia XXI. A ideia foi criar algo diferenciado num tecido às riscas e num outro tecido de xadrez pouco recto. Um vestido de alças longo e no qual todas as riscas se encontraram. Criei ainda um casaco inspirado nos discos voadores com várias camadas, uma espécie de ovni com várias linhas à volta da nave”. O primeiro lugar permitiu à designer entrar directamente no espaço novos talentos do Portugal Fashion e um prémio de 300 euros que foi o valor atribuído pelo Modtissimo à criação vencedora. Pritt começou a estudar moda aos vinte e sete anos mas está orgulhosa de ter partilhado a passerelle dos novos talentos com outros designer que estão “a desabrochar para a fama”. Na alfândega do Porto apresentou, então, oito coordenadas às quais atribuiu o nome de “Colecção Ogive”, inspirada nas formas ogivais que estão presentes na arquitetura de estilo gótico. “Com esta inspiração simples, a coleção surgiu com curvas sensuais e fortes, marcando a feminilidade de uma mulher jovial, urbana e que gosta de estar elegante, com um toque de sportswear”. As cores da colecção são marcadamente claras e traduzem a jovialidade da mulher, que carregando muitas responsabilidades, é uma personagem alegre. De resto, a nacionalidade tropical da criadora, traduz-se na utilização de cores vivas nas colecções. Foi uma jovem de ADN contagiante aquela que tomou café connosco. Pritt leva na bagagem toda a experiência académica que a UBI lhe proporcionou mas também um coração cheio de memórias de uma Covilhã cujo “património deveria ser conservado”. E dá o exemplo do palacete junto ao Jardim Público da cidade como um dos “mais bonitos edifícios onde apetece morar”. Chegou à Covilhã com uma mão à frente e outra atrás mas leva uma mala cheia de recordações e o sonho de voltar a Portugal para desenvolver as suas competências em empresas como a Paulo de Oliveira ou a Penteadora e conhecer melhor os estilistas Carlos Gil e Miguel Gigante.

Publicado no Jornal do Fundão de 31 de Outubro de 2013

segunda-feira, novembro 04, 2013

Uma banda que atravessa gerações

A Filarmónica União de Santa Cruz assinalou 211 anos de existência. Além de realizar a festa da Santa Cecília- Padroeira dos músicos - promoveu um master classe que reuniu uma dezena de participantes. Orientada pelo professor, da Academia de Música e Dança do Fundão, David Machado a formação terminou com um concerto bastante aplaudido.



A história desta instituição bicentenária confunde-se com a história de muitas pessoas daquela localidade. Várias famílias têm na Banda de Santa Cruz um percurso de vida dedicado à música e aos instrumentos. Luís Santos é mestre da Banda União de Santa Cruz desde 1978. Mas o seu bisavô também por lá passou. Actualmente a formação composta por duas dúzias de músicos reúne vários descendentes da família Santos. O Rui e o Tiago são filhos do regente mas a família Santos também tem na banda dos netos Diana, Luís e o Gonçalo. Todos tocam instrumentos de sopro e o mais novo também se dedica à precursão. Para eles a música, seja ela qual for, é uma terapia e um modo universal de comunicação. Diana é a mais velha, toca saxofone, está no oitavo grau de canto. Vai seguir música mas o avô gostaria que Diana Santos chama-se a si a liderança da instituição. E Diana não diz que não! “Sinto alguma responsabilidade e no futuro alguém deve preservar este património, dependendo do rumo que a minha vida der verei”, afirma. Mas o avô Luís tem outras ambições: Instalar a colectividade na antiga escola básica de Aldeia Nova do Cabo. “Permitiria criar uma sala de ensaios com acústica e um espaço de aprendizagem para as novas gerações de músicos”. A par da mudança de instalações, a Banda União de Santa Cruz reclama um espaço mais seguro para o espólio da instituição. O designado Museu da Banda mora no edifício da junta de freguesia mas como às vezes chove lá, a humidade é um perigo para as partituras e instrumentos. Além da família Santos, também os Cunhas, que já estiveram na banda com o avô e o pai tem na formação um neto, e os Tavares têm um percurso de vida associado à Filarmónica. Os laços de família estimulam a dinâmica entre a população da Aldeia e a música. Uma dinâmica que marcou o master classe realizado no fim-de-semana de aniversário e que reuniu uma dezena de participantes dos 11 aos 28 anos. Da história da Filarmónica fazem parte inúmeros concertos na região e em Lisboa (a convite da associação de amigos e naturais de Aldeia Nova do Cabo) bem como a presença em cerimónias presididas pelo Presidente da República ou por vários governantes. Uma das últimas actuações aconteceu na Twintex, empresa de prestígio da região, que ofereceu o novo fardamento da formação que agora volta a vestir de azul. Com uma saúde financeira estável a Banda de Santa Cruz espera continuar a realizar muitos concertos por forma investir em novos instrumentos. Depois do saxofone alto estreado nos 211 anos, faltam bombardinos, clarinetes e outros que se juntam à tuba que a junta de Aldeia Nova do Cabo lhes ofereceu.

Publicado no Jornal do Fundão em Outubro de 2013

quinta-feira, outubro 31, 2013

Três homens e nove meses de gestação de um carro de corrida


Paulo Dias, Jorge Domingues e Breno Oliveira, têm em comum o gosto pelos automóveis. Os primeiros dois são sócios. Breno Oliveira juntou-se ao projecto e acrescentou-lhe a experiência de quem já trabalhou no fabrico de carros de Fórmula 1. Do sonho à realidade foram nove meses. Sacrifícios e horas roubadas à família. Mas valeu a pena. O Fórmula Tuga, integralmente construído no Fundão, já passou no primeiro teste. Foi há dias em Braga! Ao volante foi o piloto da Covilhã, João Fonseca, mas o ”menino” passou pelos braços de cada um dos engenheiros.




A construção de um veículo automóvel para competição, made in Fundão foi o motivo desta conversa a três. À mesa da Cervejaria Imperial, no Fundão. O mesmo local onde há nove meses estes três especialistas em engenharia automóvel, começaram a desenhar um veículo que poderá tornar-se num projecto de relevo no mundo dos carros de competição. Entre revelações e explicações, descobrimos o que move Paulo Dias (professor de mecatrónica automóvel) e Jorge Domingues (empresário no fabrico de reboques), sócio do primeiro na empresa que fabricou o veículo. A “Fanspeed Racing lda”. Ao centro, Breno Oliveira. Engenheiro, especialista em dinâmica automóvel, detentor de uma larga experiência académica e de fabrico de automóveis. Trabalhou para a empresa espanhola de Fórmula 1 HRT e deu “um forte impulso e know how “ao carro que agora lhe apresentamos. Começou a ganhar forma em Dezembro de 2012 e nove meses depois ficou pronto para o primeiro teste competitivo oficial. Foi há dias no circuito do Sameiro em Braga. A empresa Multireboques Lda de que é proprietário o Jorge Domingues foi o centro de produção. Foram muitas noites sem dormir, preenchidas com um trabalho minucioso que ocupou estes três inventores também ao domingo. O Verão trouxe o produto final. Um veículo veloz e versátil. Chassi monolugar, tubular, dispõe de uma carroceria que cobre todos os componentes mecânicos, sem apêndices aerodinâmicos, motor de 1200 centímetros cúbicos (proveniente de uma moto),cinco velocidades e abastecido a gasolina. A segurança é outra das singularidades do veículo que dispõe de duas crash boxes, à frente e atrás, para absorver impactos. Eis o carro fabricado no Fundão para competir na categoria da Fórmula Tuga e em provas onde estarão igualmente os Fórmula Ford, Fórmula Vee e outros. “Tem um motor com 130 cavalos, 590 quilos com o piloto, é um monolugar”. Não estando totalmente contabilizado o investimento inicial, os produtores sublinham o espírito de abertura e cooperação das muitas empresas do distrito de Castelo Branco que se associaram ao projecto. “Temos empresas muito válidas, capazes de responder a solicitações de peças com especificidades que além de concluídas a tempo revelam que a região dispõe de empresas de uma capacidade tecnológica e científica capazes de as colocar nos píncaros a nível internacional”, destacam. “Temos uma ideia para a comercialização do produto, passa pela construção de uma versão mais económica do modelo de competição, posteriormente admitimos avançar para o fabrico de um produto que possa ser homologado para a circulação em estrada”, adiantam os inventores de um carro já registado mas ainda não patenteado. “O processo burocrático está em curso, pois a construção do carro passou por mecanismos inovadores”, concluem. O aparecimento de uma modalidade do desporto automóvel que passa pela existência de “monolugares com um só assento, com um chassi de aço sobre rodas descobertas e sem apêndices aerodinâmicos” foi o mote para o desenvolvimento do projecto. Os criadores do veículo quiseram tirar partido de uma particularidade: “Uma construção de um carro cuja cilindrada respeitasse a designada Fórmula Tuga e a relação peso/velocidade”. Acresce ainda a discriminação positiva atribuída ao produto concebido em Portugal, explicou Paulo Dias. “Nós queríamos construir um modelo que mais tarde pudesse ser um carro desportivo e possa ser matriculado e utilizado na via pública. Encontramos aqui uma fórmula de rentabilizar o investimento inicial, aproveitando a possibilidade de o modelo vir a ser replicado em veículos para estrada”, esclarece Jorge Domingues. Para já as atenções estão concentradas no modelo para provas específicas mas a intenção futura é dar maior visibilidade ao projecto económico. Entre adaptar algo concebido no estrangeiro ou construir um modelo de raiz, os promotores do veículo focaram-se na segunda hipótese e o produto final parece do agrado dos especialistas. Que o digam os responsáveis pelo circuito Single Seater Series de Braga (prova de monolugares inserida nos Campeonatos Nacionais de Velocidade) onde o protótipo se estreou recentemente, tendo alcançado o primeiro lugar na sua categoria. “Esta prova foi o teste zero. Alcançamos o primeiro lugar na Fórmula Tuga, tendo em conta que somos pioneiros na apresentação de um produto completamente fabricado em Portugal, teve um sabor muito especial”. 

Publicado no Jornal do Fundão de 3 de Outubro de 2013

quarta-feira, outubro 02, 2013

Catarina Rondão uma vida que se confunde com o desporto

Inspirada em José Mourinho e portadora de uma enorme vontade de ganhar. Dirigente associativa, desportista e professora descrente quanto ao futuro da educação em Portugal. Eis Catarina Rondão. Nelita para os amigos! 

Gosta de café e até lhe parece que a cafeína pode ser um bom aditivo para a prática desportiva, mas preferiu uma água fresca. “Ativa-nos antes da competição, de preferência se for tomado meia hora antes da prova”, explicou a presidente do Grupo Desportivo de Valverde (GDV). 
É presidente desde 25 de Agosto. “Fui quase empurrada porque dava aulas de ginástica e manutenção às pessoas de Valverde e dei-me conta de que havia ali infra-estruturas que poderiam ser rentabilizadas. A direção cessante lançou-me o repto para eu avançar. Primeiro achei a ideia descabida, pois nunca me vi dirigente de topo, mas depois…! Valverde é a única aldeia com condições para ter de tudo um pouco. Seria um desperdício o clube não apostar em coisas diferentes. Como amante do desporto não poderia excluir-me”. 

O lema é Desporto Para Todos. “Teremos caminhadas temáticas ginástica de manutenção para senhoras, manteremos o futsal”. Promover o todo o terreno com grupo Bate Mato, também é uma aposta. Sustentabilidade é a palavra de ordem num clube que não quer ser subsídio-dependente. “Hoje o associativismo não se compadece com carolice. Tem de haver reconhecimento do trabalho de quem dinamiza os clubes. Temos de ser mais profissionais que carolas”. 

Aos 29 anos, Catarina Rondão será uma das poucas - senão a única- mulheres à frente dos destinos de um clube que, tendo um percurso vincadamente virado para o futebol, está a iniciar uma viragem. “Queremos torná-lo mais eclético. Aberto a toda a população”. 
O GDV passará a centrar toda a componente desportiva de formação no futsal. Mas haverá espaço para o pedestrianismo, cultura (cinema ao ar livre, teatro e exposições são uma hipótese) e combate ao sedentarismo”. 
Não sendo comum a população do interior estar familiarizada com modalidades como canyoning ou rappel e outros desportos radicais, Catarina Rondão confidencia-nos que em Valverde há condições para todas as modalidades. E fala-nos desse espírito de motivação e competitividade. “Crer na possibilidade de chegar ao topo. É isso que faz a diferença no desporto e em todo o lado.” Uma matriz que, enquanto treinadora, tenta transmitir aos seus jogadores. “Mas não é regra pois os objetivos definem-se mediante a realidade de cada grupo. Para ganhar é preciso haver motivação, dedicação e empenho”, esclarece. 

Catarina Rondão já foi atleta. Começou no atletismo no Grupo Desportivo de Valverde, passou pelo Agrupamento de Escolas do Fundão e pelo Grupo de Convívio e Amizade nas Donas. Foi selecionadora distrital de futsal. Antes disso, integrou “a geração de ouro” de desportistas do distrito de Castelo Branco. Sob orientação do então selecionador distrital de futsal, Catarina Rondão, bebeu de José Luís Mendes algumas das suas competências para ser vencedora. 
Joel Rocha, atual treinador da equipa de futsal sénior do Fundão, também foi um dos mestres desta antiga campeã de futsal. Ao serviço das Donas e mais tarde com as cores da Desportiva da Estação, Nelita fez parte das primeiras equipas de futsal feminino da região. Conquistou títulos. Um patamar que ainda não alcançou na sua ainda curta carreira de treinadora de futebol no Clube Académico do Fundão. Nada que a fragilize. 

O caminho faz-se caminhando. Parece um lugar-comum. Mas não é! No café à mesa da Pastelaria Jardim, no Fundão, Catarina Rondão partilhou connosco o seu palmarés e as experiências mais enriquecedoras de uma vida integralmente dedicada à atividade física. Também nos contou das frustrações da professora de educação física. “É com muita tristeza e frustração que nos damos conta que estudamos para uma finalidade e um ideal de ensino que está cada vez mais distante do sonho”. Como é que chagamos aqui, perguntei-lhe. Respondeu que “o problema não é de agora, houve exageros repetidos. Os cursos de educação deveriam estar todos fechados. Mantemo-los abertos para quê? Pergunta. 

Catarina é professora do ensino básico, variante de educação física, desde 2007. Acrescentou à licenciatura um mestrado em educação física. No Ministério da Educação só teve oportunidade para leccionar 7 meses e uma semana. Diante isto, está tudo dito.

Texto publicado no Jornal do Fundão de 26 de Setembro de 2013

Fernando Paulouro, “Património Cultural de Interesse Público”

Uma plateia de amigos entre a assistência e os oradores que participaram no lançamento do segundo volume do livro Crónicas do País Relativo de Fernando Paulouro. Foi assim, na sexta-feira, na biblioteca municipal de Castelo Branco. Das intervenções destaque para as palavras proferidas pelo presidente da agência Lusa. Afonso Camões considerou o novo livro mais um exemplo do “grande esforço de cidadania”. Fernando Paulouro, apresenta um novo livro de crónicas “que mantêm uma extrema actualidade e que retractam o preço que esta Beira paga por ser Interior”, afirmou. Afonso Camões, enalteceu a “persistente insubmissão” que caracteriza a carreira de Fernando Paulouro e declarou o ex-director do Jornal do Fundão como “Património Cultural de Interesse Público”.
Numa sessão, a que compareceram dois amigos e jornalistas espanhóis, não faltou o elogio à “capacidade de resistência” de um homem que travou, nas páginas do Jornal do Fundão, muitas batalhas em defesa da região. O Poeta António Salvado revelou uma aparentemente desconhecida do grande público. “A batalha pela construção da galeria de arte moderna no Museu Tavares Proença”.
A geografia da Beira e os muitos projectos adiados ou concretizados marcaram a intervenção do autarca de Castelo Branco. Numa das últimas cerimónias públicas, antes do fim da carreira de autarca, Joaquim Morão enalteceu “um amigo cuja disponibilidade para promover a região é total e desinteressada”. “ O Fernando ainda não se retirou e com a sua pena ajudará a descobrir novos horizontes para a região”, prevê Joaquim Morão. “A verticalidade” do autor foram sublinhados por todos os oradores. Rui Jacinto, ex-presidente da CCDR do Centro, também esteve entre os intervenientes.
Diante tantos elogios, Fernando Paulouro diria que já “poderei morrer descansado”. Agradeceu “as palavras fraternas ou de atenção crítica” àquilo que escreve enaltecendo a presença dos amigos que “aqui vieram dizer coisas tão excessivas e para elas apenas encontro a explicação da amizade”. O autor de a Crónica do País Relativo sublinhou a importância de o novo livro ser lançado, uma vez mais, em Castelo Branco. “ Reafirmar a minha honra em ficar tão ligado a este ciclo da crónica do país relativo”, disse sobre Joaquim Morão.

O segundo volume do livro de Fernando Paulouro tem prefácio de Manuel António Pina, jornalista e escritor natural do Sabugal entretanto falecido.  A obra apresenta ainda um diário sobre “o trabalho dos dias” de quem não estando regularmente nos jornais continua a pensar uma região. Editado pela A23, o livro contém ainda um registo áudio, compilado por João Bento, sobre os dias em que Fernando Paulouro fez da mesa das conversas a extinta Rádio Jornal do Fundão.

Texto publicado na Rádio Cova da Beira Setembro 2013

quarta-feira, março 04, 2009

De volta

Quase dois anos depois de ter parado de escrever encontrei o caminho de volta ao meu próprio blog.
Diria que um problema técnico me foi afastando daqui.
E agora que (re)encontrei a minha password vou voltar a escrever e a estar mais presente.
Assim um pouco como a Primavera que se avizinha e começa a dar os ares da sua graça pelas terras da Cova da Beira, também eu regresso.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Natal a quanto obrigas....

Não era suposto o pessoal andar todo a poupar?Mesmo os nossos municipios?
Parece que não...na minha e noutras cidades já se vêem as primeiras de corações de Natal.
São milhares de lâmpadas e luzinhas...2,5milhões de luzes numa das maiores cidades de Portugal, escrevia hoje no Público o Eduardo Prado Coelho.Será que acrise não chegou aos cofres municipais?E a luz que se gasta?
Dito assim,parece que não gosto de ver a urbe mais iluminada,que não gosto do Natal,que...que...
Nada disso.
Eu não gosto é que me entrem no bolso,me façam acreditar que a conjuntura económica é dificil,que a lei das finanças locais é um rude golpe nos cofres das autarquias..para depois ver os senhores autarcas a gastar milhões em decorações de Natal...

terça-feira, setembro 26, 2006

quarta-feira, setembro 13, 2006


Isso mesmo,o Festival da Transumância começa esta 6ªfeira na histórica vila de Alpedrinha-Sintra da Beira-dizem os turistas que desde há 4 anos reservam hotel nestas paragens para vir aos Chocalhos.
Já me estou a imaginar de visita e paragem obrigatória a uma das 50 tasquinhas e casas de artesanato que vão estar de portas abertas em Alpedrinha.
E a animação!!!Vai ser muito bom.
As ruas de Alpedrinha vão voltar a encher-se de gente.
Pessoas que não renegam às suas origens e outras,centenas de outras que vão descobrir esta pérola da Gardunha, pela primeira vez.
E no domingo de manhã,toca a levantar cêdo e acompanhar o rebanho de ovelhas no passeio pedestre pela calçada romana,que começa cêdo na cidade do Fundão e nos leva até à Sintra da Beira.É muito divertida a conversa entre pastores,chocalheiros e turistas.E as crianças encantadas com tantas ovelhas vão querer saber tudo sobre a Pastorícia e cada um dos elementos genuínos que caracterizam esta actividade.
Então...Cá ficamos à vossa espera!

Férias...já se foram!

Acabaram as férias de mar e tranquilidade... na verdade já terminaram há vários dias... mais do que queria.
Enquanto me vou adaptando à labuta,vou contemplando fotografias de bonitas paisagens(como esta).
É como se estivesse armazenando energias para os dias de trabalho intenso... ou guardando memórias para os distantes dias de lazer.
A esperança é que daqui a nada começa o Outono e por estas paragens há novos motivos para contemplar as serranias e dar corpo a outros prazeres.
E daqui a dias estão aí os Chocalhos 2006.....
É já a seguir...........

sexta-feira, agosto 18, 2006

De férias....

AQUI...Fiquem bem!

Prevenção/Reflorestação,a Gardunha agradece!


O Governo de Portugal aprovou esta semana a Estratégia Nacional para a Floresta,é um plano a 30 anos que se propõe contribuír para deminuir o risco de incêndio e assegurar a competitividade do sector.Para o Governo ,o rumo da Floresta passa por uma especialização do território e pela certificação das matas a partir de planos de ordenamento que vão dividir o território em cinco áreas.O documento é um conjunto de intenções que se espera venham a ser cumpridas.Na região da Gardunha são esperadas há muitos anos.Veja-se o caso da reflorestação dos 3.000 hectares ardidos entre Castelo Novo e Alcongosta em 2002 e para os quais houve dezenas de promessas quanto à sua reflorestação.Ora era o levantamento das consequencias do fogo,ora era a limpeza do material lenhoso,outra vez era o estudo das espécies arbóreas a plantar,depois do plano de reflorestação foi o calvário burocrático dos concursos e adjudicação;passados 2/3 anos a Gardunha voltou a arder e no ano passado o processo de reflorestação voltou à estaca zero.Este Verão a Gardunha continua pobre de Floresta e desejosa que finalmente alguém de direito a reordene e avance com a reflorestação.Será que vamos ter de esperar que o cenário volte a ser palco de chamas ?Ou esperaremos até daqui a 30 anos para ver implementada a Estratégia Nacional da Floresta?

segunda-feira, agosto 14, 2006

Prevenção...Precisa-se


"Entre o verde e a cinza,você decide!"Este é o slogan para prevenir os fogos...Aqui na Beira Interior ninguém decide ou talvez sim...O destino e a destruição a que foi votada a floresta em 2003 e 2005 evitaram este Verão o pior...Isso mesmo...Não tem havido muitos fogos porque sobra muito pouco da devastação do fogo de outros anos.As áreas de floresta que sobreviveram ao inferno das chamas não são muitas e quando atacadas pelos incêndios ,felizmente tem havido meios para apagar o fogo quase à nascença.O mundo rural e a floresta não estão mais povoados,antes pelo contrário.A prevenção também não se vê....Há um trabalho seguro das equipas de sapadores mas pouco mais...A prevenção faz-se todo o ano dizem..mas então expliquem-me porque razão é que o Secretario de Estado das Florestas escolheu o periodo mais perigoso de incêndio,para vir ao Distrito de Castelo Branco homologar protocolos para equipar os sapadores florestais e suas associações????Um exemplo que vai de encontro ao desabafo deixado pelo ministro António Costa quando finalmente veio a terreiro dizer que a prevenção não produziu efeitos capazes de evitar o número de ignições(confesso que não gosto do termo)que diáriamente acontecem no país.679 ignições num só dia...é muito alerta de fogo para um território de floresta desordenada,pouco limpa e muito combustível à mão de um qualquer criminoso ou da negligência humana.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Por este rio acima

O rio Zêzere em Janeiro de Cima ganha por estes dias novos admiradores.Serão os participantes na semana cultural das terras do xisto que começa esta 6ªf dia 5 de Agosto e termina a 12 com um espectáculo sobre as viagens com final feliz no Zêzere.Por uma noite a praia fluvial de Janeiro de Cima vai ser palco da recriação de uma viagem entre duas margens.Sem sentidos únicos.
O abecedáRIO reunirá vários agentes do teatro e da música,sem esquecer a concertina de Artur Fernandes e a percussão do Bitocas.Eles mesmo.Há uns anos fizeram do espectáculo A Linhar um dos marcos da semana cultural das terras do xisto,evento que é já uma referência.
O programa deste ano vai contar com a prestação de agentes culturais da Lousã e estende-se também ao concelho da Pampilhosa da Serra.É o santuário do Pinhal a ganhar redobrados motivos de interesse...
Podem espreitar o programa em www.cm-fundao.pt

sexta-feira, julho 28, 2006

Penha Garcia/Geoparque


Penha Garcia a par de Monsanto ou Portas de Ródão no distrito de Castelo Branco são 3 dos 16 sítios naturais que integram o primeiro geoparque português,aprovado esta semana no Reino Unido.A unanimidade marcou o sentido de voto dos especialistas europeus que viram no projecto da Beira Interior Sul e do Alto Alentejo(Nisa também integra o projecto),qualidade e património geológico específico,capaz de desenvolver turisticamente este território.Ao todo são 6 os municipios que dentro de alguns anos vão poder beneficiar de uma estratégia turística agora aprovada pela UNESCO e dentro em breve inserida na Rede Europeia de Geoparques.
Para quem conhece estes santuários do património,fica o desafio para trazerem novos visitantes....A descoberta desta região é sempre uma renovada aventura.

quinta-feira, julho 20, 2006

As cores do vento # 2

Quando as mãos nos surpreendem!
Bonito trabalho o destas crianças.

As cores do vento...

....Quando as mãos das crianças transformam o velho plástico em objectos coloridos que emitem sons...variados sons... que se fazem ouvir com o soprar do vento.
E assim foi mais um Encontro do Vento...Em Castelo Novo.

segunda-feira, julho 03, 2006

Baú...de sonhos... e memórias

Encontrei-o no fundo de um velho armário da avó Gabriela...estava fechado a sete chaves,à espera que só eu o pudesse reabrir.
Passaram tantos anos...Muito do que ali está já nada significa para mim!
Os dias andados apagaram muitas das velhas memórias de adolescente...ainda bem que assim acontece.Mas........
Na verdade este baú não tem apenas más recordações...também tem dias e noites de boa memória...aqueles que só outra vida ,além terra,pode apagar.Mas essas não precisei de abrir o armário para me lembrar delas...as pessoas,as canções, momentos e paisagens...as cartas e postais do tempo em que não havia internet e em que o carteiro nem sempre passava pela Gardunha e pela minha Aldeia.Foi há muitos anos,mais de 10....talvez 20 e tais.Mas o passar dos dias não apagou muitos desses momentos.Era um tempo em que a distância entre pessoas se minimizava com as palavras escritas numa qualquer folha de papel.Às vezes até um velho guardanapo,um pedaço de papel pardo...uma vez escrevi a uma amiga no papel higiénico... Hoje, perdi essa mania,porque já não escrevo.Minto!Vou deixando umas palavras a uma pessoa especial....Vai ser Xana a próxima boa memória do meu baú.
Daqui a muitos anos...espero...vou rever o meu lugar secreto de memórias e sonhos e lá estarás....Xana.Nessa altura o baú vai estar no meu novo porto de abrigo.É para lá que vou não tarda nada.

quarta-feira, junho 28, 2006

Festivais de Verão....não...apenas Jenny Lewis


... a sugestão era escrever um pouco sobre os Festivais de Verão mas...hoje nao me apetece. Não me apetece contribuir mais um bocadinho para a engorda da conta bancária do Luís Montez e desde já aproveito para sugerir a ida ao Festival de Paredes de Coura, pelo cartaz (Bauhaus, Gang of Four, Morrissey, Yeah Yeah Yeahs, White Rose Movement, Bloc Party, etc) e pelo local bem aprazível.
Assim sendo, por hoje vos deixo com Jenny Lewis, uma senhora de 29 anos nascida em Las Vegas, carreira musical de 9 anos, a despontar em 2006 com a edição do álbum Rabbit Fur Coat.
O som folk/country/soul de uma voz quente e por vezes sussurrada, próxima de Cat Power de tão boas e recentes memórias.
Fica o link para o myspace de Jenny e o tema obrigatório que por lá poderão ouvir "Melt your heart". . . http://www.myspace.com/lewiswithwatsons

Enjoy it...

J Alex

sexta-feira, junho 16, 2006

"Escapadinha"na terra da Cereja.

Aí está a festa da cereja do Fundão!
Este ano é tudo lá no berço da maior e melhor produção de cereja do país:Alcongosta.
Esta aldeia nas faldas da Gardunha acolhe até domingo a festa da cereja.Bons petiscos,muito boa bebida,doces e artesanato estão na primeira linha do encontro.
Mas desta vez também vai haver música.Amanhã,a poesia sobre a cereja e que foi criada por mestres como o "nosso" Eugénio de Andrade,vai estar no espectáculo "A Voz das Cerejas"produzido pelo município do Fundão e que tem Margarida Guerreiro na voz,Miguel Carvalhinho na guitarra clássica e Custódio Castelo na guitarra portuguesa.
E quem se cansar da gastronomia servida no berço da cereja,pode descer ao Fundão e experimentar num qualquer restaurante mais afamado as iguarias a partir deste fruto.
Vamos lá,este fim-de-semana a "escapadinha"é prós lados da Beira-Baixa.O destino chama-se Fundão/Terra da Cereja.
Para dúvidas,visitar www.fundaoturismo.pt

quinta-feira, junho 15, 2006

Amor e Ódio no Teatro


Castro é a nova produção do Teatro das Beiras/Covilhã.
Encenada pelo fundanense Pedro Fiúza,Castro mostra como o amor e o ódio andam tantas vezes próximos...
A nova peça do Teatro das Beiras é toda ela uma emoção e drama que retrata a história de D. Pedro e Inês de Castro,ela mesmo, a princesa que foi morta porque os valores do reino eram mais importantes que uma bela história de amor.
A estreia de Castro é esta 6ªfeira às 21.30 na sala estúdio do Teatro das Beiras.O espectáculo repete até domingo 18 e depois de 22 a 24 e a 27 e 28 sempre à mesma hora.

terça-feira, junho 13, 2006

Amor

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio,solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplar os beijos,as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor,é urgente
permanecer.


In memórias de Eugénio de Andrade
(o poeta maior,faleceu há um ano)

segunda-feira, junho 05, 2006

"Pudesse Eu"

"Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes."

Sophia de Mello Breyner

segunda-feira, maio 15, 2006

Sugestão de férias...

Chama-se Carrasqueira.Não fica longe de Troia nem do Carvalhal,já a caminho de Grândola.
É um lugar calmo,típico...como o demonstra esta habitação.
Nesta aldeia,podemos ver o sado e os pescadores e num dos restaurantes do lugar há para degustar uma caldeirada de enguias ou uma deliciosa feijoada de chocos.
Acreditem que é divinal
A viagem também é muito agradável...de Troia até à Carrasqueira podemos ver uma área protegida entre o sado e o mar.
Depois do almoço,aconselho um passeio na praia da Comporta... o mar parece agreste e salgado mas sabe a uma qualquer praia do norte.
Maravilhoso...
Aproveitem!

quinta-feira, maio 11, 2006

De quem é a culpa?

O prof. Manuel Maria Carrilho diz que é da imprensa.
Foi a comunicação social,seus comentadores e fracassados politicos que orquestraram uma campanha contra sua eminência
Uma campanha tão bem orquestrada que envolveu muitos e variados orgãos de comunicação social...
Ah e até houve uma televisão que invadiu a privacidade do senhor professor,quando à saída de um debate a excelência se recusou a cumprimentar o seu adversário político...
Mas não é só...
Lembram-se do célebre video promocional da real família Carrilho,em que aparecia a respeitável Bárbara e o pequeno Dinis Maria?
Pois,eu também!
O professor diz agora numa obra literária que aquilo foi tudo inventado...
Será que pode????
Será que o candidato derrotado e agora vereador e deputado da nação e também professor catedrático é assim tão importante....tão importante ao ponto de pensar que um conjunto significativo de cidadãos se reuniu numa cabala para o homem perder a corrida à Câmara de Lisboa?
Mas uma coisa é certa,o livro do filósofo vai vender...
Ai isso vai!!!!!

domingo, maio 07, 2006

MÃE

Tu és o sol que me aquece todos os dias!
És a flôr mais linda no jardim do Mundo.
És como a lua que ilumina a noite!
És uma árvore forte e eu sou o teu fruto.
Mãe,
Tu és a minha casa!

Texto de João Carlos Nunes Matos
(6 anos)
Dedicado à mãe.

sábado, maio 06, 2006

Quando a Solidariedade não é uma palavra vã....

Assim aconteceu no concerto Sons dos Sentidos
Juntou 2 mil pessoas em torno de uma causa... Criar condições económicas para a APPACDM do Fundão,ter um lar residencial.
A cidade parecia ter despertado para uma noite em muito semelhante aos ídos espectáculos da FACIF.
Foi bom.
Foi bom saber que ainda há artistas capazes de dar a mão a causas.
E enquanto não chega o próximo espectáculo a favor da APPACDM...
Fica um Bem-Haja especial à Maria Eduarda,uma fundanense capaz de pôr em prática a ideia de que "quando queremos,tudo se faz".
Deixar também a letra de uma canção do José Reis Fontão que é já um hino à APPACDM.

Valsa do Mundo

No teu olhar profundo
Sinto a alma dançar,
Ama com força o Mundo,
Serei eu sempre o teu par.

Não me importa à partida
Qual o meio de chegada;
Se levo amor desta vida,
Vai...a Vida apaixonada.

Com Valor,
Com medida,
Contra a sorte do Destino!

Guarda a Paz numa guarida,
E,ao longo do caminho,
Ri...do medo clandestino.

terça-feira, maio 02, 2006

Pax Romana

Eis a nova produçao da ESTE-Estação Teatral da Beira Interior!
A peça Pax Romana,estreia esta semana no Fundão(dia 4,21.30) e tem encenação de Nuno Pino Custódio,um especialista em Comédia Del'Arte(máscaras).
Financiada pelo IA-Instituto das Artes,Pax Romana é interpretada por José Alexandre Barata(juro que desta vez vou ver),Sérgio Fernandes e Pedro Dias(é que é já a seguir!!!).
Lá estarei para saber mais sobre o fundamentalismo e a trama que envolve os três legionários romanos...

segunda-feira, maio 01, 2006

Um sorriso para a APPACDM-Fundão.

Aproveito esta pausa no trabalho para vos"convidar"a participarem já esta sexta-feira, dia 5 de Maio numa causa nobre que é a de ajudarmos a APPACDM do Fundão a construír um lar residencial com capacidade para 50 camas.
A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental,delegação do Fundão,vai no dia 5 organizar um concerto de solidariedade no qual vão participar entre outros,Luís Represas,Jorge Palma e a Viviane que já foi Entre-Aspas.
Estes artístas de renome mas tanbém alguns criadores de arte vão estar no Fundão gratuitamente.O bilhete de acesso ao espectáculo para angariar fundos para esta Instituição Particular de Solidariedade Social,custa 5 euros,mas podem sempre dar outro donativo em dinheiro.
Com este apelo respondo ao desafio lançado hoje pelo meu amigo Art e que podem espreitar em www.bizaazul.blogspot.com
E agora passem a palavra e na sexta-feira vamos todos ao pavilhão multiusos do Fundão deixar um sorriso no concerto dos sentidos....

terça-feira, abril 25, 2006

Viva a Liberdade!

"Esta é a madrugada que eu esperava
o dia inicial inteiro e limpo
onde emergimos da noite do silêncio
e livres habitamos a substância do tempo."
Sophia de Mello Breyner

segunda-feira, abril 17, 2006

Pela maternidade da Covilhã

A população da Cova da Beira vai saír à rua no próximo sábado dia 22 à tarde para participar numa manifestação a favor da maternidade e bloco de partos do Centro Hospitalar da Cova da Beira.A ideia partiu do presidente da Câmara da Covilhã,o social democrata Carlos Pinto que já tinha ameaçado levar o povo para a praça do Município,caso se confirmassem as piores notícias.Se é verdade que ainda ninguém disse quais são as maternidades da região que ficam abertas (ver post anterior),também não é mentira que a influência do partido socialista pode traír a razoabilidade de uma decisão técnica...
Pelo sim ,pelo não,Carlos Pinto não dormiu e não só convocou o povo para a manifestação de sábado,como ganhou o apoio do autarca do Fundão,o também social democrata ,Manuel Frexes que desta vez está do mesmo lado da trincheira de Pinto.E até a familia da União de Sindicatos de Castelo Branco já fez saber que vai responder afirmativamente ao "chamamento" de Carlos Pinto.Quem diria!...Ou Talvez não...Porque aqui ainda contam os interesses regionais.
O protesto desta semana acontece depois de em Castelo Branco ter sido criado um movimento em defesa do bloco de partos do Hospital Amato Lusitano.Também na Guarda,as últimas semanas tém sido marcadas por iniciativas publicas em defesa da maternidade do Hospital Sousa Martins.
Enquanto isso,continuamos à espera que a determinação do Primeiro-Ministro seja também uma realidade na escolha de quais das 3 maternidades da sua região ficam abertas....
Ou será que o sr,engenheiro anuncia a decisão no dia em que estiver na Universidade da Beira Interior?
Se assim for, já não falta tudo...30 de Abril está aí....

terça-feira, abril 04, 2006

Contra o encerramento de maternidades...

E pronto..
Já cá faltavam as ameaças e protestos!
Mas venham eles...
Afinal a medida é mais um ataque ao interior.
Só é pena que na frente da contestação estejam partidos políticos!
Ao fim de tantos "atentados ao interior",esta gente ainda não aprendeu a mobilizar-se em torno de uma questão nacional.
O DIREITO AO NASCIMENTO COM DIGNIDADE E SEGURANÇA
Para quem não sabe...
O PSD de vários distritos do interior vai no dia 7 de Maio fazer uma vigilia junto dos hospitais cujos blocos de partos vão encerrar até ao final do ano.
Mas também há aqueles que ninguém sabe se encerram...
É que a determinação do governo do engenheiro José Sócrates parece ter perdido força,quando a reorganização dos serviços de obstetricia é na sua região de origem....
Uma vez que o estudo da Comissão de Saúde Materna e Neonatal aponta para a manutençao de um dos 3 blocos de partos da Beira Interior... Deveria o governo do PS ter dito afinal em que cidade fica o bloco de partos...
Mas não,o primeiro-ministro da Beira Interior,mandou o futuro Centro Hospitalar dos distritos de Castelo Branco e da Guarda decidirem.
E agora....
Agora temos o poder de influência do PS
A contestação de autarcas....Sobretudo do PSD
E o sempre reinvindicativo...independentemente da cor politica do governo..Joaquim Morão, presidente do municipio de Castelo Branco.
Enquanto se jogam influências políticas
O povo questiona-se.
Aplaude, critica e parece ter memória curta.
Afinal,digam lá quantas mães conhecem que desde sempre deram à luz longe da sua àrea de residencia...num grande hospital com saber cientifico e "mão para o parto"( a expressão é do presidente da ARS do Centro)?
Isto para dizer...
Que
SOU pela manutençao da maternidade do Centro Hospitalar da Cova da Beira.

domingo, abril 02, 2006

Amiga(o)é um termo dúbio

Ontém as águas estavam serenas
Mantinham a distância certa
Éramos cumplices apenas
Sem ter o coração alerta
....

Tudo entre nós era simples
....

Foi qualquer gesto que fizeste
Qualquer coisa que disseste
Que mudou a situação

Amo-te sem dares por nada
Eu própria(o) não dou por isso
....
....

Amigo(a) é um termo dúbio
Desses que a língua contém
Vê-se a linha de fronteira
Dá-se um passo e está-se em terra de ninguém

Carlos Tê in "A espuma das canções" de Rui Veloso

BOM DIA PARA TI.

quinta-feira, março 23, 2006

Uma cadeira para Rita Marisa.

A Rita é uma criança de 11 anos,portadora de paralisia cerebral,que depende de um adulto para a realização de qualquer tarefa.A Rita precisa de uma nova cadeira de rodas que vá de encontro à sua estatura física,aprendizagem e bem-estar pessoal.
O novo equipamento aconselhado pelos médicos,custa 4.300 euros.
Se puder ajude esta menina a sorrir,sem sofrimento.
Entregue o seu donativo no Externato Capitão Santiago de Carvalho em Alpedrinha,concelho do Fundão,até ao dia 31 de Março.
A instituição passa recibos.
Mais informaçõespelo Email:ecscalpedrinha@iol.pt
Telf:275567211

domingo, março 19, 2006

João Gabriel

Não sei onde estás
mas tenho uma certeza.
Estás sempre comigo,
ajudas no que é preciso.
Hoje é o teu dia
QUE ESTEJAS FELIZ!

sábado, março 18, 2006

Antes que a memória se vá...# 2


Casa Florestal de
CASTELO NOVO.
Se alguém tiver amigos no ministério da agricultura
expliquem-lhes que é crime deixar um património
desta dimensão a degradar-se.
O fogo passou por aqui muitas vezes...
mas no último Verão as chamas só deixaram a casa.
Este lugar já foi espaço de lazer...estava verde...as espécies florestais sempre resistiram à violência da labaredas.
Foi preservado até que os guardas florestais deixaram de morar na floresta.
No final da década de 80,houve uns inteligentes que acharam por bem reduzir os vigilantes da floresta...E assim o parque florestal de Castelo Novo,começou a degradar-se e deixou-se engolir pelo fogo.No ano passado,o incêndio levou tudo...só ficou a casa que a foto documenta.
Uma vez a Câmara do Fundão quiz adquirir esta casa florestal,mas o negócio caiu por terra.
É que o ministério da agricultura teve a lata de pedir ao municipio 50 mil euros para vender o imóvel...é claro que o municipio deixou o negócio.Não lembra ao diabo que este imóvel do estado esteja a cair e quando uma entidade o quer preservar... pedem-lhe balúrdios!

segunda-feira, março 06, 2006

Antes que a memória se vá...


A Gardunha em finais de Fevereiro.
Branca...Pura...Gelada.
Vai voltar a vestir-se de branco,quando voltar a nevar...
Ou na Primavera
Quando estiver vestida de flôr
A flôr da cerejeira........

quarta-feira, março 01, 2006

Ser diferente

É saber sorrir
É saber crescer para algo
É dar a mão
Ser diferente é dizer sim aos projectos
É saber contemplar alguém
Saber ajudar os outros a subir
É amar os outros
Ser diferente é viver a vida e construir algo
Mesmo que seja a partir do sonho
Ser diferente é saber perdoar
E tu és diferente?

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Não apetece escrever

Apetece sonhar...
Pensar que amanhã voltamos a encontar o caminho da felicidade
A mesma que marcou os últimos dias de Outono...
Era uma manhã soalheira,o mar estava tranquílo...como nós
Foi um momento mágico
Apetece repetir
Tenho tantas saudades...
Já passaram tantos dias...
Parecem anos
De espera
Pelo nosso momento de felicidade.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Vestida de branco...


Assim está a bonita serra da Gardunha.
E aqui só estamos a mil metros de altitude,a caminho de Alcongosta.
No alto dos seus 1229 m a beleza parece ainda maior...
A encosta de Castelo Novo também está magnífica...eu vi...
estive lá ontém.
É uma traquilidade absoluta...a bela adormecida que no Verão se vestiu de negro,está agora branca...pura... como o ar que respiramos na
Gardunha.É gelido mas inspira-nos...
Apetece nem saír de lá...da serra
Apetece voltar aos trilhos de outros tempos...
Quando a Gardunha ainda era Verde...mais bonita...mais princeza.
Bem Hajas Nuno,por esta foto...Linda!!!

domingo, fevereiro 12, 2006

O Homem MAIOR.


Hoje é o teu dia...
O nosso dia,de festa!
A partir de hoje fazes parte de uma família maior...
Bem vindo ao reino católico...
Por aqui,podes sempre ACREDITAR
Vais ser FELIZ.
Tu mereces...mereces TUDO
E nós estamos orgulhosos de ter
UM HOMEM MAIOR
Parabéns Francis!

sábado, fevereiro 04, 2006

O que é bom acaba depressa.# 3

Pronto!Já não era sem tempo.Pela última vez,vamos deixar mais umas notas do bloco de anotações da ilha de Santiago:Lá embaixo vemos a Cidade Velha,primeia capital das ilhas de Cabo Verde,A memória viva de um passado também escrito em Português.Nesta vila que quer voltar a ser sede de concelho,encontramos a Fortaleza de São Filipe, recuperada pelo estado espanhol,uma igreja e uma escolas feitas por Portugueses,um convento e uma Sé Catedral.A Vila é bastante acolhedora e tem postos de venda de artesanato muito bonito.Na Cidade Velha como em toda a ilha,encontramos inúmeros produtos Portugueses...A presença lusa é uma realidade,nos hotéis foi fácil encontrar técnicos de várias áreas que estão em Cabo Verde em missão.Aqueles povos tém um modo de vida muito próprio e muitos dos bairros da ilha são em tudo semelhantes aos aglomerados de caboverdianos que temos nos arredores de Lisboa.A vida não é barata,dado que o escudo caboverdiano equivale ao euro.Os jornalistas e agentes económicos acreditam que o país está a crescer...efectivamente,começou agora a era do betão,o investimento estrangeiro no território também está a crescer,as empresas passaram a ter cotação na bolsa...um conjunto de circunstâncias que fazem aquele povo crêr que daqui a alguns anos pode igualar com uma grande potência... a ver vamos!

terça-feira, janeiro 31, 2006

O que é bom acaba depressa.# 2


Ainda estamos no Tarrafal e nesta praia maravilhosa...Estamos é uma forma de apresentar esta imagem...Na verdade estou fartinha de trabalhar,a vida do pobre é assim!
Não desistam...Há outos lugares para vos mostrar,mas sobra falta de tempo.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

O que é bom acaba depressa.

Assim aconteceu com a minha curta viagem de trabalho à ilha de Santiago em Cabo-Verde.Foi uma semana inesquecível...pelas paisagens,simpatia e arte de bem receber das pessoas...pela forma fraterna como o Municipio do Tarrafal acolheu a delegação de autarcas e jornalistas do Fundão.
Estou em dívida para convosco,mas só hoje tenho tempo para vos apresentar um pedaço deste território.O Tarrafal que se vê no sopé da montanha é uma simpática vila,com paisagens convidativas a um safári e grandes banhos de mar.O marisco e cachupa fazem as delícias de qualquer visitante.Para beber aconselha-se um grogue(uma espécie de aguardente)ou uma poncha que não provei nem vi à venda.A foto foi tirada da praia verde,no outro lado da ilha.Aqui as águas também são límpidas e mornas...Volto (quando tiver vagar)com outros postais e curiosidades menos boas deste povo que também é o nosso.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

E o Paraíso,sempre tão perto!#2


Eheheh...
Ainda estou por estas terras de encanto...
Há prémios para quem adivinhar,qual é o destino.
Ah,e não pensem que se vão livrar da Dulcineia!!!!!

sexta-feira, janeiro 13, 2006

E o Paraíso,sempre tão perto!


A partir de hoje,são estas as paisagens de sonho que vão preencher os meus dias...
Ora digam lá que estão ruidinhos de inveja.!!!!
Depois,conto como é viver neste paraído à beira mar plantado...

terça-feira, janeiro 10, 2006

A arte de fazer canções

O título parece absurdo...não é que não gostasse de ser uma verdadeira criadora de canções,daquelas que nunca mais esquecemos e que associamos a muitas das passagens de uma vida.
Vem este título a prepósito de Francisco Buarque de Holanda e à obra maravilhosa que todos os dias nos encanta.Não vou dizer que o meu conhecimento das canções de Chico Buarque vém da infância ou dos bancos da escola...nada disso.Na verdade habituei-me a ouvir as canções deste criador de música,em finais dos anos 80.Na altura confundia-me muito com o Caetano Veloso e também aprendi a gostar de Maria Bethânea...São muitas as canções de nunca mais me esqueci e que estão ligadas a esse periodo,mas as Mulheres de Atenas é um tema a que ainda hoje recorro para ilustrar trabalhos relacionados com a mulher.
Bem,mas eu não quero falar-vos da importância da música do Brasil nos meus dias e momentos de emoção...
As canções do Francisco Buarque de Holanda saltam hoje para este meu diário,por outra razão:
A vida e obra de Chico Buarque é este trimestre o tema central da revista Textos e Pretextos.Uma publicação do Centro de Estudos Comparatistas com o apoio da Faculdade de Letras de Lisboa,cujo número sete é lançado esta 6ªfeira na Covilhã.Com 230 páginas,a Textos e Pretextos tem desta vez a coordenação de Ricardo Paulouro Neves,um companheiro das lides da rádio que fez o favor de partilhar comigo as emoções de entrevistar Chico Buarque e Caetano Veloso,outro magistral da música do Brasil que tantas vezes confundi.
Mas a Textos e Pretextos tem o dêdo de outra Fundanense;Margarida Gil dos Reis que é só a directora desta publicação.Não só pela qualidade deste número,bastante bem documentado sobre Chico Buarque,mas também pela edição dedicada a Eugénio de Andrade,quero deixar aqui o meu voto de confiança e sorte para os próximos projectos editoriais do Ricardo e da Margarida.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Maus- tratos.Bebé de Viseu vítima da ineficácia da comissão de protecção de menores

A Comissão de Protecção de Menores de Viseu foi ineficaz,agiu com excesso de confiança e não cumpriu a lei no caso da bebé vítima de maus-tratos internada no Hospital Pediátrico de Coimbra.
É o que dizem os jornais desta manhã citando o relatório elaborado pela Inspecção-Geral dos Serviços de Justiça e pela Inspecção-Geral da Solidariedade Social.
Se dúvidas havia,elas deixaram de existir...
Portugal é mesmo um país de Comissões e Organismos ineficazes.
Neste instante vem-me à memória um outro caso de negligência,a menina que foi atirada ao Douro por um familiar.Na altura mandaram criar uma comissão de acompanhamento ao homicídio,passaram 7 ou 8 meses e nunca mais ninguém disse o óbvio.
Em Portugal é assim,quando não se decide,criam-se comissões e brinca-se ao faz de conta,mesmo quando estão em causa seres humanos.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Guterres,personalidade 2005

O ex-primeiro- ministro António Guterres foi eleito como personalidade Portuguesa do ano,devido à sua nomeação em Maio para Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.A escolha partiu da Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal.António Guterres,junta-se assim aos ilustres que desde 1990 receberam o prémio"Personalidade Portuguesa do Ano";são os casos de Carlos Paredes,Miguel Torga,José Saramago,Luis Figo ou Mariza.António Guterres é assim reconhecido pelo seu prestígio internacional,pelo perfil humanista e diplomático.O ex-chefe de governo de Portugal e ex-presidente da Internacional Socialista vê o seu nome na galeria da glória.Um reconhecimento que deve ser orgulho de qualquer Beirão,já que o Engenheiro António Guterres,nunca renegou as suas origens e laços para com a Beira Interior.António Guterres,desempenhou nesta região as funções de presidente da Assembleia Municipal do Fundão e foi durante várias legislaturas deputado da Nação eleito pelo círculo de Castelo Branco.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Natal

Assim sem mais palavras....Aproveitem este tempo que pode ser de esperança e fraternidade.Basta nós querermos!

terça-feira, dezembro 20, 2005

Cavaco levado ao colo?Pela Imprensa???

A ideia foi deixada hoje pelo Dr.Mário Soares,no frente-a-frente mais aguardado das Presidenciais.O ex chefe de estado responsabilizou os media pela entronização do Prof.Cavaco Silva.Já cá faltava...Normalmente,os protagonistas da notícia arranjam sempre um culpado para justificar algo que não lhes corre de feição.E é o que parece estar a acontecer ao Dr.Mário Soares.O Ex presidente,candidato que hoje tentou ser o 3º moderador do debate com o Prof. Cavaco Silva...Soares quiz saber,objectivamente,como é que o professor resolveria questões como a educação..O que é a globalização.Cavaco não esclareceu...mais uma vez passou o tempo a falar da sua experiência...Mas Soares não esteve melhor...insistiu no seu prestígio internacional e tentou ser deselegante com Cavaco.Assim foi o último dos 3 mais interessantes debates realizados pelas TV`s.Para além deste,entre Cavaco e Soares,gostei do frente a frente,Cavaco Louça e do debate,Alegre-Soares.Hoje,os analistas políticos não dão vitória a nenhum dos 2 prováveis inquilinos em Belém.Diz-se que Soares foi bom no ataque e Cavaco esteve bem na estratégia.Vamos aguardar...

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Rock Rendez Vous.

Passam 25 anos sobre a abertura da sala de espectáculos que trouxe uma nova oportunidade para a música Portuguesa.Durante 10 anos o antigo Cinema Universal em Lisboa,dava lugar a magníficos concertos,outros nem tanto e possibilitava a muitas bandas Portuguesas mostrarem ao país o seu valor.Até então,muitos dos artistas da Pop Rock eram ilustres desconhecidos.Desde o final de 1980,a produção nacional nunca mais foi a mesma.Passou a haver muito maior preocupação técnica e menos amadorismo...Pena que o Rock Rendez Vous,só tenha existido durante 10 anos.Ainda assim a sala da música,acolheu 1500 concertos e 6 concursos de música moderna Portuguesa com o mesmo desígnio.Para a história ficaram bandas como os Xutos e Pontapés,Herois do Mar,Sétima Legião e outros de que não me lembro e que devem uma parte do êxito inicial da sua carreira ao Rock Rendez Vous.Para assinalar os 25 anos do RRV,deve ser editado em 2006 um livro com as fotos mais emblemáticas de um espaço que marcou a década de 80 e a música moderna,dita de qualidade.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Gardunha Viva

A "Gardunha Viva",é uma jovem associação da minha região e que está muito bem lançada na área do montanhismo,pedestrianismo e escalada.Nasceu na década de 90,no Clube Académico do Fundão e logo nos primeiros anos começou a afirmar-se na prática de desportos de montanha.Cresceu e criou o seu próprio espaço. O projecto orgulha qualquer sócio.Mesmo se for distraído como eu.Agora que a "Gardunha Viva",completou mais um aniversário,achei por bem deixar no sítio certo o reconhecimento que é dever de qualquer jornalista,também fazer.E não foi um elogio público ao acaso,para os amigos de outros carnavais,acampamentos e expedições...Tratou-se apenas de divulgar as potencialidades de um projecto que representa o sonho desportivo de pessoas como o Alfredo Abrantes.O Nelo,para os amigos.Parabéns à Associação de Montanhismo do Fundão,por ser mais um expoente da nossa terra,no país e no estrangeiro.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Cheira a Natal...Apetece ser criança.

Faltam poucos dias para a festa da familia,a festa das crianças,o brilho do novo Natal.Chamo-lhe novo,porque estas comemorações religiosas tém quase tudo menos o original,a mensagem e valor sentimental que me ensinaram a ver na comemoração do nascimento de Jesus.Mas também já pouco importa,hoje vivo outro Natal...Um acontecimento que perdeu a magia dos meus antepassados mas ganhou a cor e alegria que as minhas crianças lhe dão.As minhas e as de todo o mundo.É graças aos mais pequenos que o Natal ainda tém algum brilho.Ainda hoje,foi reconfortante ver a felicidade destes meninos de tenra idade saltarem á volta da árvore de Natal que ajudaram a colocar de pé.É muito divertido ver os mais pequenos opinarem sobre o Natal e o mistério que ainda não desvendaram da chegada das prendas e do Pai Natal.A inocência destas crianças é contagiante.Nestes dias em que o espírito do Natal começa a entrenhar-se,apetece recuar uns anos,muitos anos e voltar a ser menina.Nessa condição,os meus dias seriam,seguramente,muito mais tranquilos.

domingo, dezembro 04, 2005

Peditório.

Quando saímos à rua,para passear ou para fazer compras,passamos os dias a tropeçar em individuos que não sabem fazer mais nada que não seja pedir...chorar de corcodilo...contar histórias mirabolantes e nós sempre a abrir o porta moedas.Em tempos ainda cheguei a pensar que este problema social era apenas uma realidade das grandes metrópoles.Por estes dias,dei-me conta de que este problema não só chegou ás cidades do Interior,como está a tornar-se um verdadeiro pesadelo para quem anda a fazer compras.E nesta época de constante consumo,é vê-los à porta dos hiper-mercados,centros comerciais e foruns de "bandeja na mão",sempre à espera de mais um "parvo"que deixa mais uns euritos. Ele são os voluntários do Banco Alimentar contra a fome,os representantes dos escuteiros,a igreja não sei das quantas,a instituição de apoio a carenciados e toxicodependentes,os cegos,a escola tal que vais fazer uma festa de Natal...Xiça tenham dó.Não há boa vontade que resista a tanto chamamento e solidariedade.Há dias até encontrei um tipo que teve a lata de me pedir 0,50 euros para tomar um café!Hoje decidi dar um basta e não volto a ouvir seja quem fôr.Paga o justo pelo oportunista.

quarta-feira, novembro 30, 2005

Arruada do 1ª de Dezembro-Tradição imemorial é esta noite.

Faltam poucas horas para voltarmos a "encorrer"os Espanhóis.
O ritual repete-se todos os anos na cidade do Fundão e ninguém sabe desde quando é que ás 12 badaladas da meia-noite de 30 de Novembro para 1 de Dezembro a população sai à rua para celebrar a Nação.
É uma manifestação colectiva que já na década de 50 existia, desde há muitos anos. 
Hoje e em cada ano que passa ganha novos adeptos.
O cortejo, em memória da Restauração é também um encontro de gerações e no século XXI,são muitos os jovens que já sabem entoar as quadras do hino do "homem das Barbas Ruças" e o hino da Restauração.
As palavras são sempre acompanhadas pela Banda Filarmónica de Aldeia Nova do Cabo.
Ainda não há muitos anos era a Banda da Associação Desportiva do Fundão a dar o mote para celebrar a independência nacional.
Perdeu-se a banda da ADF mas não morreu a tradição nem o estribilho e por isso,o Fundão volta esta noite a celebrar PORTUGAL.

terça-feira, novembro 29, 2005

O Pedro que afinal é Paulo.

É uma história surreal, mas reveladora da competência dos funcionários que os serviços desconcentrados do Ministério da Justiça têm por esse país fora. Então é assim: O Pedro, quando nasceu foi registado com esse nome... tirou o BI, renovou-o e coiso e tal mas nunca se tinha dado conta de que a inteligência que o registou na conservatória lhe atribuiu outro nome, que não aquele que a família tinha escolhido. Resultado: O rapaz foi há dias pedir uma certidão de nascimento e, na cidade berço, disseram-lhe que afinal não era Pedro mas Paulo. Agora, o indivíduo tem um molho de problemas para resolver e na conservatória da sua terra Natal, ninguém apresenta solução para o imbróglio, nem assumem o erro. A ordem é para o Pedro solicitar aos serviços do Ministério da Justiça a mudança de nome de Paulo para Pedro, lol. Agora digam lá que este não é um verdadeiro flagrante delírio da nossa administração pública. Bom, temos um Pedro que anos depois de nascer descobre que afinal é Paulo, mas só nos arquivos de registo civil... Enfim, vamos divulgar o caso que envergonha qualquer Portuga. Talvez o Provedor de Justiça ou alguém se dê conta desta falta de decoro.

segunda-feira, novembro 28, 2005

E a serra aqui tão perto # 2


Assim està o maior cartaz turistico de Portugal...
Para além da paisagem deslumbrante,já podem usufruir dos equipamentos da Turistrela...As pista abrem esta 3ªfeira( eu não tenho comissão,mas não quero que deixem de vir...,lol).

terça-feira, novembro 22, 2005

Desilusão

Hoje trago-vos palavras de desalento,decepção,desilusão por tudo aquilo em que apostei.
Parece um discurso miserabilista,acredito.Aceito que assim me interpretem.Mas hoje,aliás,os dias tem sido pior que maus.Não imaginam o que é passar uma carreira a fazer fé num projecto que nasce torto e que tarda em se endireitar.O pior de tudo é quando concluimos que afinal gastamos anos das nossas vidas a dar o melhor por um projecto falhado.
Nestes momentos apetece-me desaparecer deste cantinho.Procurar quem me entenda.Abraçar novos desafios,pessoas,enfim....
Como eu preciso de uma palavra de encorajamento para fazer as malas(allô Art off Love!A frase é tua) e partir á conquista de novos horizontes.Talvez seja a monotonia dos dias...ainda que se diga que a vida de repórter é movimentada qb.Uma pessoa muito minha querida(Xana),ensinou-me um dia que devemos dar um novo rumo á vida,sempre que entramos em fase de saturação.Há muito que atingi esse estado de insatisfação,agora só não sei é se vou conseguir descobrir uma luz ao fundo do túnel...

segunda-feira, novembro 14, 2005

Á descoberta da Maúnça.

Hoje trago-vos uma proposta para um passeio em terras do xisto.Mas também pode ser por terras do castanheiro.Bonitas paisagens,mesmo estando a falar de uma zona que não foi poupada aos incêndios do último Verão.É um lugar onde reina o sossego.Até parece que estamos mais próximos do céu.A serra da Maúnça,no concelho do Fundão,fica entre a Gardunha e a Estrela.Chegar até lá não é dificil e quem tem boca vai a Roma.
Este lugar de encanto vale por tudo e agora com as cores do Outono,ninguém lhe fica indiferente.Depois tem a gastronomia a partir de produtos genuínos. E as pessoas...generosas, são de uma simplicidade ímpar.No sopé da Maúnça estão pequenos aglomerados habitacionais.É o caso do Açor,terra de gente boa e cheia de vontade de colocar a Maúnça na rota dos locais de passagem obrigatoria,se de turistas estivermos a falar.A confiança destas pessoas é salutar.Agarradas ás origens estas gentes acreditam nas potencialidades da sua terra.Ainda este fim de semana deram provas dessa confiança, ao realizarem mais uma mostra de artes e sabores da Maúnça.Entre a degustação e o divertimento,não faltaram as largas centenas de pessoas que acreditam poder fazer do Açor uma aldeia cheia de vida.A mostra voltou a ser um verdadeiro sucesso e neste capitulo,permitam-me que deixe aqui uma palavra de gratidão para com o Daniel Gil.O rosto dos pastores do Açor é também um exemplo de tenacidade,uma prova de como quando temos força de vontade,o sonho está ali,ao virar da esquina.A mostra de artes e sabores da Maúnça é um bom exemplo.Fica o registo e o convite para a descoberta de mais este cantinho da Beira Interior.BOA SEMANA.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Quanta saudade

"Há pessoas que passam e levam um pouco de nós,outras passam e deixam um pouco de si".A frase está gasta mas cai-me que nem uma luva se pensar que Xana é demasiado importante para os dias de uma mulher sempre apaixonada por alguma coisa que a faça continuar a sorrir e a esquecer que muitas vezes a vida é madrasta.
Não é fácil gerir um turbilhão de sentimentos e sobressaltos,quando para sobreviver a tanta emoção temos de nos agarrar a algo de muito positivo.É aqui que a figura de Xana ganha uma dimensão incomensurável.A grandeza da pessoa é de tal ordem que me é cada vez mais dificil gerir a distância que desde sempre nos separa.É bem verdade que a saudade pode sempre ser compensada com mais uma mensagem,um telefonema ...mas isso já não chega para apagar a dimensão do desejo de estarmos juntos.
Apesar da amargura que é ter de passar os dias longe dos olhos de Xana,agarro-me ao facto de saber que afinal Xana não é uma pessoa qualquer,mais uma amizade igual a tantas outras que cruzam as nossas vidas...Xana é tão especial que não caberiam na rede todos os sinónimos que ajudam a dizer o quanto queremos uma pessoa.BOM DIA XANA.

domingo, novembro 06, 2005

Ao DOMINGO

Ao domingo gosto do vale dos lençóis,de
Dormir até os olhos me doerem
Ler o livro que tenho á cabeceira,pegar no inevitável e rir sem parar.
Tomar uma banho longa duração,ouvir música ainda mais alto que nos outros dias
Passar a manhã a cantarolar,mesmo que a vida de casa me atrase no passeio.
Ao domingo adoro ir a uma esplanada,desfolhar os jornais e beber um cai bem.
Depois,reune-se a famelga e vamos ao passeio que se faz tarde.
Também sou viciada em almoçar fora(ao domingo)
Mas o meu dia fica melhor,quando sinto a paixão
Estar apaixonado faz-nos rir...dá-nos mais alegria
É por isso que este domingo ainda tem mais sabor
Bora lá....saltar,correr,ver o colorido deste Outono na Beira Interior.
Beijos e Boa Semana..

quarta-feira, novembro 02, 2005

Medo a quanto obrigas.

Chamava-se Rosa, mas poderia ser Maria, Madalena, Sofia... Tinha 31 anos e foi brutalmente assassinada pelo companheiro. A Rosa estava no lugar do costume. Era de manhã e hoje preparava-se para deixar a sua menina de 2,5 anos no infantario. Hoje era o último dia de vida de Rosa, mas ela não sabia. Jaime tinha prometido e fê-lo. Hoje, esperou a familia e em pleno parque de estacionamento degolou a sua companheira de outras lutas. A mulher que desde que ficou grávida era,continuadamente, agredida física e verbalmente. Sim porque a agressão psicológica é muitas vezes mais penosa que um estalo,um pontapé... Enfim.
Esta é uma historia comum. INFELIZMENTE, não faltam situações de faca e alguidar num país de brandos costumes e em que a justiça é também branda. Os contornos deste caso não vou contá-los aqui, são do pior...e afinal não afectam apenas pessoas de fracos recursos,baixa escolaridade,gente pobre de espírito. Aliás, só trago aqui este crime de violência porque me impressiona. Revolta-me saber que no século XXI, ainda haja mulheres que por amor e mêdo se deixam violentar desta maneira . Também me revolta saber que AFINAL nem sempre as linhas de apoio à vítima, os tribunais e sei lá mais o quê, não funcionam. É tudo confrangedor.DESCULPEM o tempo que vos roubei, mas POR FAVOR não se calem quando derem conta de sinais de violência...situações de violência doméstica que quase SEMPRE acabam em tragédia. E eu que pensava que ninguém morre aos 31 anos... muito menos vítima de um crime horrendo.

terça-feira, novembro 01, 2005

Castelo Rodrigo

Castelo Rodrigo é uma das 10 aldeias históricas de Portugal e merece a nossa visita. Há 10 anos que lá não ia e hoje descobri como a recuperação de coberturas e fachadas deu ainda mais valor ao património, já por si rico, que existe na muralha daquela localidade.
Castelo Rodrigo é um bom exemplo daquilo que os agentes locais podem fazer pela salvaguarda de uma identidade. Os materiais utilizados na recuperação do núcleo histórico são homogéneos e isso agradou-me sobremaneira. Fiquei de tal forma bem impressionada que me apetece perguntar ao arquitecto responsável pelo projecto de recuperação de Castelo Novo, onde se inspirou para mandar colorir as portas das casas da minha aldeia cada uma de sua cor...
Mas na visita a Castelo Rodrigo um senão. Num dia feriado e com turistas de todo o lado na aldeia histórica, não se percebe por que razão não havia um lugar para saborear um simples petisco...assim não! E logo numa região onde o bom queijo e vinho são divinais.
Numa deslocação à Beira Interior, Castelo Rodrigo merece visita OBRIGATÓRIA.

Eugénio de Andrade o poeta maior

 Fui à Póvoa. À terra do poeta nascido há uma centena de anos. Encontrei memória falada, orgulho e expetativa quanto à importância de Póvoa ...