«A Avenida – uma chama viva onde quer que viva».
O título
da nova peça da ESTE – Estação Teatral é por si só bastante apelativo. Vai daí
a gente dá-se ao trabalho de sair de casa num quinta-feira à noite e fica logo
contente com a adesão do Fundão à 38ª produção da Companhia de Teatro que há 15
anos resiste e subsiste ao quotidiano da vida artística e às dificuldades que à
mesma, quase sempre, estão associadas.
Mas este meu momento de partilha não é para lamentar que
a ESTE continue sem uma casa própria para desenvolver os projetos criativos,
prolongando e valorizando as vivências da nossa geografia cultural,
etnográfica, histórica e poética.
Servem estas linhas para dizer-lhes que é mesmo
importante saírem de casa e assistirem ao novo espetáculo da ESTE.
«A Avenida» é um reencontro com a nossa memória coletiva.
Os lugares, as lojas, as pessoas do centro nevrálgico do nosso Fundão, numa
narrativa cheia de vida e humor que não deixará nenhum espetador indiferente.
«A Avenida» está em cena na Moagem no Fundão até dia 15 de dezembro, é apenas o primeiro de três criações assinadas pelo dramaturgo Nuno Pino Custódio que haverá de transportar-nos até outras realidades.
Neste episódio atores e espetadores viajam no tempo e recuam aos anos 40 e 50 do seculo XX. No próximo ano a companhia presentear-nos-á com as vivências do Fundão no tempo de Salazar e de Kubitschek. Por fim haveremos de assistir ao fôlego final que é a Liberdade.
A liberdade, criativa, é aliás a tónica dominante no espetáculo concretizado a partir da recolha junto da comunidade local de depoimentos de comerciantes, alfaiates, floristas, relojoeiros e outros conhecedores do Fundão.
Algumas dessas pessoas estiveram, como eu, na estreia de «A Avenida». Não imagina o leitor o grau de satisfação e alegria dessas pessoas que além de se reverem nos traços verbalizados sobre o Fundão de antigamente sentiram satisfação por, de certa forma, aqueles lugares tão nossos ganharem nova vida numa peça de teatro que além de preservar a história e estórias do Fundão também projeta o território enquanto lugar de vivências imortais.
«A Avenida» imortaliza, pois, esse traço do Fundão
comercial cujas ruas ficavam cheias de gente muito para além dos dias de
mercado.
Vão lá ver esse trabalho extraordinário de cocriação da ESTE e dos fundanenses que guardavam as melhores vivências do Fundão e agora se orgulham de ver os antepassados num formidável registo teatral cujos próximos capítulos / criações queremos acompanhar.
Parabéns à ESTE por nos surpreender em cada produção.
Parabéns pela interpretação, cenários, guarda-roupa…..
Parabéns, vocês são uma bandeira cultural da nossa terra.
1 comentário:
Não irei perder esta oportunidade de conhecer mais e melhor o nosso Fundão; o que já ouvi foi que a peça é fantástica; bem haja
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