Fracções de memórias passadas. Tempos idos e diluídos na espuma dos dias. A actualidade desta Beira que é a nossa!
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terça-feira, fevereiro 20, 2018
Pela Gardunha
Já foi há uns dias mas vale sempre a pena dar expressão pública às ocorrencias que nos marcam e contribuem para a valorização de uma causa.
E desta vez a causa foi o pulmão maior do Fundão. Recolher fundos para reflorestar a serra da Gardunha que foi devastada pelos incêndios do Verão passado.
A causa era nobre e por essa razão, mas também pelo amor partilhado à Gardunha, não foi difícil reunir um bom leque de músicos e promover um concerto que também foi um grito de alerta em defesa da serra da Gardunha.
António Manuel Ribeiro, líder dos UHF, apelou "salvemos em consciencia aquilo que é nosso"!
E assim o fizeram as mais de 700 pessoas que naquela noite de Dia de Carnaval se juntaram na cidade do Fundão para juntar a voz à dos artistas que estiveram em palco.
Além dos lendários UHF, estiveram no concerto solidário pela Gardunha os artistas Paulo Ribeiro, Celina da Piedade, Vicente Palma, Anafaia, Grupo de Cantares do Agrupamento de Escolas do Fundão e sessenta jovens estudantes de música na Academia de Música e Dança do Fundão e Escola Profissional de Artes da Beira Interior.
Um momento de união em torno de uma janela do território que começou a desenhar-se há alguns meses pois na noite em que o fogo chegou ao concelho do Fundão, alguns desses músicos estavam, exactamente, no Fundão a dar um concerto.
Nessa noite de agosto de 2017, Vicente Palma, Paulo Ribeiro e Celina da Piedade integravam o coletivo Tais Quais e observaram como a cinza que caia sobre os espectadores que os ouviam significava que mais um atentado contra a natureza estava a acontecer ali perto.
segunda-feira, agosto 14, 2017
Um concerto com memória
O contador de
histórias, Jorge Serafim foi o anfitrião do espetáculo que o coletivo “Tais
Quais” apresentou no largo do Calvário na cidade do Fundão numa das mais
concorridas noites do Festival Cale&SangriAgosto.
Conhecedor da região
onde regressa com alguma frequência para o TeatroAgosto - festival
internacional de teatro ao ar livre, Jorge Serafim cativou a plateia com as
suas histórias e humor que, de tanto nos fazerem rir, provocam dores no
maxilar.
Serafim foi uma
espécie de narrador da viagem pela música tradicional alentejana dando entrada
aos temas. Cada um mais fantástico que o outro!
Parecia uma noite de
canções ao desafio pois os milhares de espectadores deixaram-se envolver no
alinhamento do espetáculo que além de Jorge Serafim reuniu no mesmo palco João
Gil, Vitorino, Tim, Paulo Ribeiro, Sebastião Santos e Celina Piedade mais
Vicente Palma que, a meu ver, fizeram a diferença pela mestria que os
caracteriza no toque do acordeão e do piano, respetivamente.
Desconheço se Vicente
veio para substituir Jorge Palma que aparecia na formação inicial dos “Tais
Quais” mas tenho a certeza que o público que o viu no Teatro Clube de
Alpedrinha em dezembro de 2016 confirmou ontem no Fundão o adágio popular que
diz “filho de peixe sabe nadar”.
Ao talento de Vicente
Palma e Celina Piedade junte-se o não menos performativo e inspirador
Sebastião Santos. Na voz e na bateria, o filho de Tim também fez a diferença.
A interpretação do
tema “Algibeira” do disco de estreia da banda fez a diferença num espetáculo de
matriz alentejana que nos permitiu ver e ouvir Tim dedilhar a viola campaniça
ou Paulo Ribeiro interpretar, em modo cante, o tema “circo de Feras” dos Xutos
e Pontapés.
Foi uma noite de forte
empatia entre músicos e público de todas as idades, com expoente máximo na
interpretação de lendários temas de Vitorino como “Menina estás à Janela”. O
projeto “Rio Grande” também foi revisitado na interpretação de “Postal dos
Correios”.
A atuação dos “Tais
Quais” no Fundão ficará na memória dos espetadores como um dos mais divertidos
e concorridos concertos de um passado recente. Daqui a uns anos ouvir-se-á
falar da noite em que o covilhanense João Gil partilhou, a partir do palco
instalado nas proximidades da antiga Casa do Bico (Estalagem da Neve), com a
plateia a memória de conversas antigas partilhadas à mesa do convívio com dois
homens cuja memória valoriza o passado de história, vivência e comunhão de
vontades de António Paulouro e António Morão.
Um e outro já não
estão entre nós. Mas os que lhe foram próximos, e seus admiradores seguidores,
haverão de estar contentes por saber que nesta geografia, às vezes esquecida e
tão pródiga a desvalorizar os nossos, ainda há quem se lembre das vozes
discordantes e portadoras de um assertivo ideal de liberdade de pensamento.
#Foto de Miguel Proença
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