Ponto
de encontro entre residentes e turistas, a coletividade, localizada na zona
central da freguesia, é ponto de paragem obrigatória para quem quer sentir o
pulsar da Aldeia Histórica. Ali pratica-se a arte de bem receber.
Com
a preciosa ajuda de outros dirigentes, radicados fora de Castelo Novo mas
sempre disponíveis para arregaçar as mangas, desde que estejam na aldeia, as
diligentes carolas da ASCCN facilmente granjeiam a ajuda de outras sócias e
amigas da coletividade com vista à realização de convívio para associados ou
garantindo acolhimento básico a grupos de turistas que solicitem a sede da
Associação para ali poderem deixarem o farnel, degustarem a merenda e tomarem
uma bebida quente.
Foi
o que aconteceu no fim-de-semana do 25 de Abril quando um grupo de Alverca, através
de um telefonema, garantiu que a ASSCN poderia disponibilizar o salão para o
almoço partilhado. “Ficaram encantados com o acolhimento e decoração típica do
espaço onde quiseram fotografar-se”, salientam as dirigentes associativas que
nesses dias não tiveram mãos a medir com tanta afluência de turistas e naturais
da freguesia.
A
ASCCN é o “único espaço com vida” na Aldeia, confirma ao Jornal do Fundão
Laurinda Duarte que faz gala em não deixar fechar as portas da coletividade
fundada pelo marido, Raúl Augusto Pinto Rodrigues. “Todas as pessoas desejam
longevidade” a uma organização que desde sempre dinamizou a localidade através
do acolhimento de tertúlias, iniciativas desportivas, eventos solidários,
visitas de estudo à localidade ou até
aulas de ginástica que chegaram a quebrar o sedentarismo das pessoas idosas maioritariamente
residentes na localidade.
Além
dos carolas dirigentes, também alguns associados e amigos da agremiação se
disponibilizam para ajudar a concretizar as atividades programadas. Na véspera
do 25 de Abril, o voluntariado ganhou outro sabor na degustação de um almoço
convívio que juntou 70 participantes entre sócios residentes e de fora de
Castelo Novo que a reforma devolveu à freguesia.
É
pois, na ASCCN que a idade maior e a pouca juventude da freguesia
confraternizam num ritual que enobrece a localidade e orgulha quem está ao leme
da Associação que em 2023 completará as Bodas de Prata. Ali, nos domingos à
tardinha, é certa a confluência dos locais e novos residentes, mesmo se
oriundos de outras nacionalidades, que elegeram Castelo Novo como último
refúgio de uma vida inteira dedicada ao trabalho nos países de origem. É vê-los
de copo de cerveja na mão, confraternizando com a comunidade local, soltando
gargalhadas e simpatia que fica na memória de quem ali ocupa o tempo livre.
É
a pensar nos resistentes e novos residentes de uma freguesia marcada pelo êxodo
rural que a família da ASCCN dedicada muitas horas do fim-de-semana à
associação. À beira de celebrar 25 anos de existência é quase certo que a data
não passará em branco. Laurinda Duarte diz-se entusiasmada com a possibilidade
de realizarem uma celebração à altura da jovem mas relevante força viva de
Castelo Novo.
“Com
a bênção do Senhor de Misericórdia e a entrega dos associados” nada será
deixado ao acaso, “nem que tenha de investir do meu bolso”, atira a sorridente
presidente ao lado da irmã Fernanda, na pausa pós almoço de celebração da
Liberdade e da Democracia, no pátio exterior ao edifício onde, naquele domingo,
ouve comes e bebes, concertina, alegria e reencontros com pessoas naturais de
Castelo Novo que nas épocas festivas ou fins-de-semana alargados regressam à
terra Natal e não falham uma ida à Associação Sociocultural de Castelo Novo.
Ali
onde a vida acontece !
Originalmente publicado no Jornal do Fundão de 05 de maio 2022