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quarta-feira, julho 03, 2019

Agora já ninguém faz adeus para a «Casa Portugal»


Quando em setembro de 2018 fui ao encontro de José Lopes Nunes para gravarmos uma conversa para o meu «Porque Hoje é Domingo» na Rádio Cova da Beira, estava longe de imaginar que a «Casa Portugal», onde fui ter com o Jolon, estaria na eminência de fechar portas.

Leio agora na imprensa falada e digital que o Jolon encerrou a loja localizada na Rua 25 de Abril, uma das mais movimentadas da Vila de Penamacor. Ouvi-o na Rádio a confessando-se “constrangido” por encerrar a loja onde esteve mais de 45 anos, como verdadeiro prestador de serviços às populações.

A «Casa Portugal» com mais de 100 anos já foi loja de seguros e outros serviços. Foi, fundamentalmente, paragem regular para “Adelino Galhardo, Rodrigues da Silva ou o poeta Domingos Campos”. “Amigos que às dez e meia vinham aqui para o café”, recorda, já com saudade, o homem que nos habituamos a ler nas estórias publicadas no Jornal do Fundão e nos livros entretanto editados.

“Não me sinto um pássaro fora da gaiola, por ter mais liberdade para a fotografia, pesca e escrita. Saio daqui com um misto de satisfação pelo serviço público que desenvolvi ao longo da vida e alguma preocupação por sentir que farei falta a muitas pessoas que aqui vinham”, contou ao Luís Seguro numa conversa que ouvi na telefonia.

Efetivamente, a «Casa Portugal», era muito mais que uma retrosaria povoada de coloridos mostruários de linhas e outras utilidades associadas à renda, bordados e arte de transformar tecidos. Quando lá cheguei, naquela manhã de setembro, já tinha “clientes”.  Clientes entre aspas, pois na verdade quem procurava a «Casa Portugal» fazia-o mais para partilhar situações, estórias e vivências que muitas vezes enriqueceram a prosa do fotógrafo e repórter José Lopes Nunes.  

“Muitas vezes as pessoas passavam ali e faziam-me adeus”, partiam do princípio que eu estava cá dentro”. Isso mesmo referiu no «Porque Hoje é Domingo» de dia 9 de setembro de 2018 José Lopes Nunes. Agora que o “mais antigo comércio tradicional de Penamacor” encerra, certamente que os transeuntes deixarão de acenar ao Jolon.



O rés do chão da loja de Jolon também era espaço para debater o território, partilhar episódios políticos, perceber sensibilidades. Tantas vezes dirigentes, pessoas singulares e gente anónima, chegados a Penamacor, procuravam a casa das linhas do Jolon.

Naquele dia, após a gravação do programa (pode recordá-lo aqui https://www.mixcloud.com/dulcegabriel58/porque-hoje-%C3%A9-domingo-224-09-setembro-2018-jos%C3%A9-lopes-nunes-jolon/) regressámos à «Casa Portugal» e lá estava um político da terra. Francisco Abreu, militante do PS, ex- autarca e ex- delegado distrital do Instituto Português da Juventude. Foi um reencontro feliz com alguém a quem as conversas à volta da Beira e seus territórios entre a fronteira, as serranias e o regadio dizem bastante.

Ali ficamos alguns instantes a falar de pessoas mais ou menos mediáticas. Recordamos José Luís Gonçalves, António José Seguro; Jorge Seguro Sanches, – figuras políticas marcantes com quem tantas vezes me cruzei no exercício responsável de informar- e os dias em que Francisco abreu foi cronista na Rádio Jornal do Fundão. Ficámos de falar num registo menos informal no «Porque Hoje é Domingo».

O tempo corre veloz e num ano não levei o Francisco Abreu à Rádio Cova da Beira! Lembro-o agora neste registo saudosista da importância da «Casa Portugal» na movida de Penamacor.

Estou certa que o Jolon saberá reencontrar-se com os amigos de sempre num outro local cheio de luz, com vista para a Malcata, foco na sua amada Aranhas ou com Espanha no horizonte.

Vida longa ao José Lopes Nunes que é um conhecedor profundo de Penamacor, das suas gentes na vila e nas aldeias.

terça-feira, março 13, 2018

“O Interior está a morrer porque os governos não o valorizaram”

Carlos  Gil está a viver mais um momento importante na sua badalada carreira de estilista. O êxito que caracterizou a sua sexta participação na Semana da Moda Feminina em Milão junta-se ao reconhecimento a que já nos habituou quer pela presença habitual em eventos de moda como o Portugal Fashion e Moda Lisboa quer pelo apreço que as suas coleções vão granjeando em Paris ou no Dubai. 

Um percurso igualmente traduzido em títulos honoríficos e de mérito como a comenda da Ordem Infante D.Henrique que lhe foi conferida em 2015 pela presidência da República ou a Medalha de Mérito Municipal do Fundão que lhe foi entregue pela Câmara Municipal. Realidades e factos que em nada alteram o modo de ser e estar do criador de moda que não se compromete com o futuro mas olha para o horizonte com a mesma garra que caracteriza o percurso iniciado num tempo em que abrir um atelier de moda numa cidade do interior de Portugal era um risco. 

Eis, pois, o perfil de alguém que não convive bem com a fama mas admite ser um “embaixador de Portugal” no exigente e competitivo universo da moda. A partir do seu atelier damos a conhecer a caminhada de quem aproveita as deslocações a Londres, Nova Iorque, Paris ou Milão para momentos de “estudo e introspeção pessoal” com vista a novas coleções e desafios.


Entre a semana da Moda Feminina em Milão que decorreu em fevereiro e o Portugal Fashion que terá lugar no dia 17 de março em Lisboa vai quase um mês mas o estilista fundanense Carlos Gil ainda está a digerir o êxito que a coleção “Twenty four Hours ” alcançou junto da imprensa internacional que acompanhou o desfile que congrega  “o maior número de holofotes” para a moda. "Foi a primeira vez" que as apostas de Carlos Gil tiveram tão expressiva visibilidade nos jornais e revistas de moda estrangeiras confessou ao Jornal do Fundão o designer de quem se fala. “Eu sabia que um dia este reconhecimento haveria de chegar só não sabia quando”, revela-nos o criador que faz dois desfiles por ano em Milão. 

Um sonho que começou a desenhar-se há quatro anos quando se encontrava de férias no Dubai e recebeu um telefonema do então presidente do Portugal Fashion que lhe disse «Carlos não sei onde está mas vai ter de vir para ir a Milão, esta é a sua oportunidade». Passado uma semana estava no Fundão para preparar uma coleção já com foco em Milão. “Planificar uma coleção obriga-me a desnudar de tudo, desde preconceitos a estatutos e propor-me ao que é mais básico: Mostrar o que é bonito, o que toda a gente vai gostar. Mas combinar novidade com elegância e conforto exige um equilíbrio enorme. Nas minhas coleções não há um desequilíbrio provocativo pois eu não procuro o bizarro para provar aos media que existe moda ou que existe a marca Carlos Gil”.

“A marca Carlos Gil destina-se a um target de pessoas que gostam de moda. É feita para mulheres que gostam de ser elegantes e se apresentam na vida com uma postura muito própria. Têm de se sentir confortáveis. Nas minhas coleções gosto de sobrepor e jogar com as cores, gosto muito de contrates”. O preto e vermelho que caracterizam a imagem da marca “dão aquela sensação de bem-estar mal estando, porque o preto dá-nos conforto e dá-nos paz e o vermelho acrescenta-lhe imenso vigor e energia positiva”, descreve o estilista.

Carlos Gil recebeu-nos no seu atelier na avenida da liberdade no Fundão no último sábado. No laboratório de moda do senhor comendador o ambiente é primaveril. Na loja são visíveis os modelos da próxima estação e além disso o jardim interior transporta - nos para a magia floral e verdejantes dos dias que aí vêm.
Logo depois do Portugal Fashion em Lisboa, Carlos Gil cumprirá um dos objetivos da sua carreira de 19 anos de estilista. Em parceria com a arquiteta Inês Gavinho abrirá, dentro de semanas, a primeira loja em nome próprio.Trata-se de um conceito que junta moda e arquitetura pois eu sou um apaixonado por arquitetura de exteriores e interiores. Quando me propõem essa parceria com a arquiteta Inês Gavinho que irá trabalhar com várias outras marcas como a «Boca do Lobo» que tem um estatuto internacional no designe de mobiliário só pode ser um desafio imenso”, sintetiza.

A conversa flui e a forma como Carlos Gil recebe a reportagem do JF faz desta edição de "Um Café com," uma partilha de particularidades do nosso interlocutor. Poucos saberão da devoção de Carlos Gil a Nossa Senhora. “Não sou pessoa de ir à missa com frequência mas sou bastante crente e não entro no atelier sem dar um beijo a Nossa Senhora como não entro em casa sem dar um beijo ao meu Menino Jesus”, diz quem tem a imagem da Virgem Mãe à vista de todos os que visitem o seu atelier. No mesmo espaço cheio de luz e com janela para a serra da Gardunha também está a Medalha de Prata de Mérito Municipal. Carlos Gil tem muito orgulho no seu Fundão, cidade que lhe “dá imensa paz de espírito”. 

Embora tenha nascido em Moçambique há quase 50 anos, Carlos Gil não renega a sua geografia de afetos e a paisagem, onde não consegue passar despercebido, é o lugar que o inspira e onde tem as amarras para continuar a dar passos ponderadamente seguros. "Quando há 30 anos disse à família que queria tirar um curso de moda foi de uma coragem muito grande. Um individuo do interior ser reconhecido pelas grandes revistas estrangeiras da especialidade é uma grande coragem. Não é para todos e se pessoas anónimas um dia se inspirarem em mim isso deixar-me á satisfeito”, verbaliza.

Carlos Gil é um perfeccionista e orgulha-se de utilizar sempre matéria-prima de primeira qualidade. "Valorizo imenso o pormenor, o interior de cada peça pois o que está em causa é o nome Carlos Gil". Por outro lado a responsabilidade de representar o seu país não pode defraudar as entidades que confiaram no meu trabalho. "E óbvio que quando sou convidado para fazer um desfile na Polónia, no Dubai ou em Paris não é só o meu nome que está em jogo mas sim o meu país", vinca. Um modo de ser e estar que também é válido para as suas clientes. “Não costumo impor-me mas de forma simples e educada eu explico a uma cliente que se vai de lantejoulas às nove da manhã como é vai a uma festa à noite de calças de ganga! Para cada situação há um compromisso de rigor para que essa pessoa se apresente bem vestida”, explica-nos quem facilmente consegue criar empatia com as suas clientes. “Procuro sempre o melhor modelo para que se sintam inteiras em qualquer circunstância”. 

Um modo de argumentação que encaixa na perfeição na coleção outono inverno 2018/2019 cujas coordenadas se adaptam a quaisquer momentos da mulher mãe e dona de casa ou da mulher executiva e poderosa.  Um “trabalho coletivo” vinca o estilista que se emociona quando fala da dedicação e empenho dos seus colaboradores. Carlos Gil acompanha de forma minuciosa a confeção de todas as peças que saem do atelier. “Nada se faz sem os meus olhos”, acrescenta o empresário que tem na esposa Carla Neto a retaguarda que o projeto de criação, conceção e comercialização exigem. À equipa de sete pessoas que trabalham no Fundão juntam-se mais seis pessoas que a partir de Milão e de Lisboa cuidam da exportação e comunicação da marca.

À mesa do café que gentilmente nos serviu, vem à baila o despovoamento do interior e a tenacidade de quem alavanca uma marca a partir do Fundão. “O Interior está a morrer porque os governos não o valorizaram de forma eloquente” acusa. "Enquanto não tivermos um governo que olhe para a região, que foi altamente prejudicada ao longo de dezenas de anos, permitindo que uma franja populacional de pessoas de valor se mantenha onde tudo é mais difícil, continuaremos a ser poucos”, afirma quem chega a pagar “mil euros de portagem por mês”, dada a necessidade de desenvolver a sua atividade entre o Fundão e Lisboa.

Texto originalmente escrito e publicado na edição de 8 de março de 2018 do Jornal do Fundão


segunda-feira, janeiro 08, 2018

Uma artista Inspiradora

Volto hoje ao verbo para partilhar com os leitores a boa notícia do reconhecimento da artista plástica Fátima Nina.

Natural e residente na Covilhã, Fátima Nina foi hoje galardoada em Roma com o prémio melhor presépio estrangeiro.
Um prémio pela obra apresentada no decurso da exposição colectiva de presépios que decorreu de Novembro até dia 7 de janeiro na capital italiana.

A mostra organizada Rivista delle Nazioni, reuniu mais de centena e meia de obras de artistas de Itália e do resto do mundo. O presépio de Fátima Nina integrou o conjunto dos 41 conjuntos apresentados por criadores de fora de Itália e valeu à designer de moda a participar na "Exposição Internacional 100 Presépios" e trazer para Portugal um troféu de que muito se orgulha.

A artista que expôs em Itália a convite da Embaixada de Portugal na Santa Sé apresentou um presépio de cores vivas e concretizado a partir de tecidos especiais.

Fátima Nina é uma mulher bastante inspiradora. Em novembro do ano passado tive o grato gosto de a entrevistar para o meu programa "Porque Hoje é Domingo" na Rádio Cova da Beira e já nessa altura a expectativa da artista era eladíssima.


De resto, é com gosto que aqui recupero o texto jornalístico que escrevi para o Jornal do Fundão, também em novembro último, sobre uma das pessoas mais criativas que conheço.

Aqui está



Fátima Pereira Nina tem uma relação umbilical com a arte. Sempre gostou muito de formas, cores e tecidos. É uma artista plástica que iniciou o percurso em Lisboa quando se licenciou em designe de moda. Viveu em Paris e voltou à cidade berço para desenhar modelos para coleções de uma empresa de lanifícios. Os tecidos e a moldagem dos mesmos continuam a fazer parte da vida desta covilhanense que ama a sua terra e se inspira nas suas paisagens e na canção francesa para criar.

“Se os filhos de Adão tocaram, os da Covilhã sempre cardaram”. A frase está inscrita no painel dedicado aos lanifícios que se encontra no hotel “Pura Lã” na Covilhã. A obra assinada pela designer e artista plástica Fátima Pereira Nina é “um memorando complexo todo feito com lã e fios e que através de oito painéis nos transporta até à paisagem das ribeiras, da pastorícia, dos teares ou das chaminés das fábricas”. A obra constitui um dos mais recentes trabalhos da nossa convidada para a rubrica “Um Café Com”.

Desta vez o ponto de encontro é o atelier da covilhanense Fátima Pereira Nina, uma artista plástica conhecida sobretudo pela vasta obra dedicada aos presépios e à mulher. O trabalho a partir do movimento escultural da mulher, o feminino a partir de folhas de árvores ou de ouriços são os motivos mais conhecidos da obra da artesã que se diz apaixonada pela história do traje e que se deixa fascinar pela liberdade criativa de cada um. “Nós hoje somos livres de criar o nosso próprio estilo”, refere a artista plástica que por estes dias terá trabalhos seus expostos em Roma, Lisboa e Coimbra. “Em Itália vou estar representada, a partir de dia 24 de novembro, numa coletiva de presépios de que muito me orgulho”, refere Fátima Nina ao mesmo tempo que deixa escapar um lamento:” Desta vez deixei escapar o Porto, não tive tempo para criar uma obra especifica para a mostra”.

Esta é altura do calendário em que Fátima Nina tem mais trabalho. “Até ao fim de novembro tenho de concluir cerca de 50 presépios”, explica-nos a artista no momento em que nos serve um café no soalheiro atelier localizado nas imediações do Centro Hospitalar Cova da Beira e com vistas para o Data Center da Covilhã e para a serra da Gardunha.
“Outono significa agarrar-me ao trabalho, as pastas secam ao ar livre e as temperaturas mais frescas que no Verão permitem que o processo de secagem seja lento e eficaz”, explica-nos a artista que guarda os meses de julho e agosto para se dedicar à pintura ou para viajar até à sua segunda cidade. Lisboa.

Rendida aos campos da Beira Baixa, Fátima Nina conta-nos através da janela para a Gardunha como a paleta de cores a inspira para realizar novos trabalhos e cumprir uma agenda que a no próximo ano lhe permitirá apresentar-se numa exposição “francófona em que a figura feminina estará presente e de forma mais evidente, pois a mulher terá mais porte mas estará igualmente bela”. A par desta mostra que em princípio ocorrerá em Lisboa, Fátima Nina prepara-se para desenvolver um outro trabalho criativo em que aparecerão as telas e que terá o contributo do artista do Tortosendo Pedro Goulão Taborda.

A mostra programada para 2018 será mais uma a inscrever no percurso da artista que tem no Palácio de Rio Frio em Palmela um dos lugares onde mais gostou de expor. Mas também o Porto, onde esteve pela primeira vez em 2014, ou cidades como Sabugal, Coimbra, Lisboa e claro, a sua Covilhã! A cidade da lã e da neve que recorda como uma geografia “como um lugar povoado pelo barulho das máquinas, os cheiros e outras características especiais” das quais “não tenho saudades” pois prefere identificar-se com a UBI e a valorização das antigas unidades fabris fomentando a preservação de um património industrial a que se junta agora a arte urbana.
“Aprecio muito, descobri há pouco tempo essa riqueza e confesso que não estava à espera do que vi”, revela quem se inspira “nas árvores e nos castanheiros da Beira” para criar a árvore como escultura feminina e a copa como o rosto da mulher ou personagens do portfólio onde figuram os tradicionais presépios com São José, Nossa Senhora e os Reis Magos, ou outras obras como os Homens Forcados e Toureiros, os Bailaricos e as Rainhas de Portugal.

Nessa como em todas as obras Fátima Nina projeta a figura feminina e inspira-se na canção francesa para juntar tecidos e outra matéria-prima. No atelier podemos observar trabalhos com esfregão de arame mas também com papel de alumínio, folhas de ferro forjado, cortiça, linho em rama ou arame. À pergunta sobre como e quando decidiu enveredar pela arte de transformar matérias em aclamadas peças decorativas, Fátima solta uma contagiante gargalhada, conta-nos que começou por “precisar de fazer um presépio e uma vez que conhecia a técnica começou a fazer experiências”. Iniciou com uma Nossa Senhora, diz-se uma pessoa criativa que “gosta muito de criar formas de moda” e há mais de dez anos que se dedica afincadamente ao ofício.

Sobre a moda propriamente dita, Fátima confessa-se desligada das novas tendências mas reconhece que “há um enorme potencial de gente a criar e a fazer diferente”. “Sigo um ou outro, acompanho o fantástico Carlos Gil mas não estou em condições de analisar com sentido critico o trabalho seja de quem for”, esclarece.


Não se assume como feminista mas não se furta a elogios e odes à mulher e à condição feminina. “A mais importante, a mais bela dos seres”, vinca. Indigna-se facilmente com a desigualdade de género e «explode» quando a televisão e os jornais lhe mostram a crueldade da violência doméstica. O grau de revolta quanto à ausência de oportunidades para a generalidade das mulheres só tem paralelo com a narrativa à volta do flagelo dos incêndios que no último Verão varreu paisagens de que tanto gosta. “Um horror que me entrou pela janela e me deixou chocada e preocupada com o futuro”.

terça-feira, janeiro 02, 2018

"Rio sem Margem"

Um texto de Beatriz Nunes, vocalista dos Madredeus, torna belíssima esta interpretação da Orquestra Municipal do Fundão.

O tema incluído no alinhamento do concerto de final de ano da Orquestra Municipal do Fundão embala-nos e faz-nos sorrir para a vida.

Sob a batuta de João Roxo e com a mestria de Gil Gonçalves que de forma mágica toca a sua tuba com classe, a Orquestra Municipal do Fundão é apenas uma amostra da riqueza musical de uma pequena e localizada no interior de Portugal.

É o Fundão a dar cartas à vizinhança e a embalar-nos numa linguagem harmoniosa e cheia de boas energias para o Ano Novo de 2018.

Que seja um ano de ouro para todos!





Eugénio de Andrade o poeta maior

 Fui à Póvoa. À terra do poeta nascido há uma centena de anos. Encontrei memória falada, orgulho e expetativa quanto à importância de Póvoa ...