Quantos de nós olhamos para o caminho e nos damos conta da
quantidade de pessoas que deixámos para trás? Deixámos ou foram essas pessoas
que se afastaram de nós, dos nossos projetos e vivências?
As perguntas, bailam-nos no pensamento sempre que passamos
por uma provação, quando iniciámos um projeto ou concluímos outro. Vivemos o
momento com a energia e intensidade que o mesmo traduz mas observamos que
algumas vezes somos seres solitários nessa viagem e relação de compromisso com
as nossas coisas.
É então que a nossa memória, mesmo seletiva, nos conduz às
pessoas que fizeram o mesmo percurso ou nos alimentaram o trilho do paralelo da
vida.
Recordamos os dias mais perturbadores e os indubitavelmente felizes.
Recuperamos a memória inabalável da presença das nossas pessoas, naquele dia,
àquela hora. No momento mais improvável mas importante da nossa vida.
São essas minhas pessoas que pretendo “homenagear” com esta
ode à valorização d@s amig@s de sempre e para sempre.
Também há as pessoas que outrora foram antecâmara das nossas
preocupações e venturas. As tais pessoas que ficaram pelo caminho ou que
deixaram de nos dizer presente.
E que dizer das pessoas que um dia nos foram próximas,
morando nas nossas gavetas e agora nos observam de forma cordial?
Também há aquelas que fazem vista grossa. Aqui abro um
parêntese para dizer que perdoei mas não esqueci aqueles seres humanos que
passaram metade da vida a tecer-me loas e quando deixei de lhes dar palco
mudavam de passeio para não me cumprimentar.
Ensinamentos num percurso em que dou especial importância às
minhas pessoas. Aquelas que nunca me falham. Na alegria e na dor. Nos momentos
solenes ou nas mais ridículas situações capazes de me deixar desconfortável.
E quem são as minhas pessoas? E as que ficaram pelo caminho?
Pensem nisto. Eu sei quem são, todas essas pessoas. Todos
nós sabemos.
Agora façam esse exercício e obriguem-se a dedicar mais
tempo de vós às pessoas que nunca vos falharam. Essas pessoas são incondicionalmente
o nosso espelho.
Dêem-se. Digam presente. Surpreendam-nas.
Não fiquem à espera do último adeus para lhes dizerem que as
amam. Que têm saudades dos tempos em que a vida foi mais generosa e potenciou
mais encontros e partilha.
Digam-lhe hoje.
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