Já estou a imaginar algumas vozes portadoras da sapiência humana desvalorizando a entrega e dedicação de quem ousara dedicar uma jornada das férias de Verão a promover o estágio com a senhora Vileda. "Isso não custa nada", claro que não! Se não custa nada está na hora de dedicar-se à limpeza geral de casas no tempo do veraneio.
Isso é que era!
Não tem nada de inovador. Quer dizer, a Vileda está sempre a inovar !
Agora que descobrira a Amazon das limpezas quase poderia dedicar-se à vida doméstica. Nos intervalos mergulharia nas águas frescas de Alpreade ou numa qualquer concorrida piscina e já seria uma pessoa feliz. Seria mesmo?
Uma pessoa feliz fará outras igualmente felizes. Mas a que preço?
Quando começa e onde acaba a felicidade humana?
Na experiência de zelar pela casa e pela família?
No desafio de recorrer aos empreendedores capazes de auxiliar a pessoa humana que abraça desafios e dá tempo ao tempo para pensar o tempo?
Há muitos anos conhecera um ancião que via na esposa a mãe de família e bengala de todo o calendário. "Mulher minha não precisa de trabalhar" dissera o chefe de família que anos mais tarde também não encarara bem a decisão de outras mulheres da família se lançarem em busca de oportunidades de emprego.
Como muito bem descreve Simone de Beauvoir na sua vasta obra dedicada à emancipação da mulher, é importante subverter a educação dos costumes.
E os costumes continuam a encarar a mulher como o segundo sexo.
É preciso inverter esse pensamento, destruindo o mito da feminilidade, afirmando a sua independência e criando mecanismos de autoproteçao e defesa da sua condição humana.
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