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terça-feira, maio 03, 2016

Festival Literário da Gardunha

Mais de 25 escritores de diferentes gerações e países, vão marcar presença na terceira edição do Festival Literário da Gardunha (FLG) que se realiza no concelho do Fundão de 16 a 22 de maio.

A programação do FLG prevê a realização de várias dinâmicas com escritores estando prevista a realização de outras atividades culturais. É o caso do lançamento do livro "O Caroço" de Albano Martins. Ou a inauguração de uma exposição fotográfica de Diamantino Gonçalves. Ponto alto da programação será o espetáculo "Fado Revisitado" com Camané e Mário Laginha agendado para dia 21 no Octógono. 
Do programa constam não só as conversas e mesas redondas com os escritores convidados, como duas residências literárias, dois encontros com alunos, uma feira do livro, uma projeção cinematográfica, e ainda “workshops”.  
O festival organizado pela Câmara Municipal do Fundão e A23 Edições tem a serra da Gardunha como fonte de inspiração para a temática do evento. "Escrever a Paisagem".
A promoção das relações ibéricas e internacionais, o encontro entre escritores consagrados e mais jovens e ainda a integração de escritores oriundos da região são outras das marcas que caracterizam o FLG.
Este ano, os encontros literários com a Gardunha permitirão ainda uma abordagem aos países lusófonos de Angola e Moçambique. Está garantida a representação de escritores angolanos e de um escritor moçambicano.
A relação com a comunidade local é outra das particularidades do FLG estando garantida a participação dos escritores Gonçalo M. Tavares e Dulce Maria Cardoso na realização das residências literárias e a deslocação a escolas do concelho do Fundão. 
Entre os que já confirmam presença estão César Antonio Molina (escritor ensaísta e antigo ministro da Cultura em Espanha, a quem caberá a sessão de abertura), Adriana Veríssimo Serrão, Clara Ferreira Alves, Cristina Carvalho, Eduardo Pitta, Fernando Dacosta, Fernando Echevarría, Fernando Guimarães, Pedro Mexia, Mário Zambujal ou Marcello Duarte Mathias e Mbate Pedro.

sexta-feira, abril 29, 2016

25 anos a Alicatar - o livro de Veiga Freire

A Recriação em azulejo alicatado dos Painéis de São Vicente de Fora exposta na biblioteca municipal do Fundão marcou o lançamento do livro "25 anos a Alicatar Azulejo com outra arte", do fundanense José Veiga Freire. A obra assinala as bodas de prata na carreira do artista.


Os painéis de São Vicente de Fora, pintura de referência do século XV, que se encontram no Museu Nacional de Arte Antiga, constituem dos mais demorados e minuciosos desafios de José Veiga Freire.
Recriar o painel que “retrata 58 personagens e que é uma obra-prima” da pintura portuguesa não terá sido tarefa fácil mas Veiga Freire nunca se furtou a desafios maiores. 

Antonieta Garcia, professora e investigadora, sublinhou "o prazer de terminar algo que, quanto mais difícil é, mais desafiante se torna". "O mistério da criação" como "feitiço" na descoberta da obra de José Freire foi outra das ideias deixadas, na apresentação da obra.

E "como o saber fazer a arte que surpreende" marca o percurso do criador Veiga Freire, Antonieta Garcia folheou o livro e deixou-se encantar com os azulejos inspirados nas colchas de Castelo Branco "que tanto cativam os estrangeiros", no impressionismo das telas de Van-Gogh ou nos nomes sonantes da literatura. Fernando Pessoa, por exemplo, inspirou 18 telas do artista e denotam "vários traços identitários de ser português".  Nas referências à Beira Baixa e ao Fundão sobressai a figura de António Paulouro,acrescentou. 

"A forma de produzir arte do dia-a-dia aproximando-o dos seus conterrâneos" foi, aliás, sublinhada pelo amigo e advogado Leal Salvado que assinou o prefácio do livro.

No conjunto a obra de Veiga Freire é constituída por cerca de 500 peças. Muitas delas estiveram expostas em 2014 na Moagem- cidade do engenho e das artes no Fundão. 
Cada obra de arte transporta o visitante, agora é leitor da obra de Veiga Freire, para a geografia dos afetos.

A grandeza geográfica dos afetos de Veiga Freire esteve à vista na cerimónia de lançamento do livro. Rodeado de dezenas de amigos e familiares, Veiga Freire estava emotivamente satisfeito, pois contava reunir à sua volta tantas pessoas que lhe são próximas. O acontecimento cultural, diga-se, foi bastante concorrido. 


E quando a surpresa acontece que mais quererá o ex-bancário que completa em 2016 70 anos de vida e tem uma mão cheia de projetos e ideias para concretizar?!

segunda-feira, novembro 04, 2013

Uma banda que atravessa gerações

A Filarmónica União de Santa Cruz assinalou 211 anos de existência. Além de realizar a festa da Santa Cecília- Padroeira dos músicos - promoveu um master classe que reuniu uma dezena de participantes. Orientada pelo professor, da Academia de Música e Dança do Fundão, David Machado a formação terminou com um concerto bastante aplaudido.



A história desta instituição bicentenária confunde-se com a história de muitas pessoas daquela localidade. Várias famílias têm na Banda de Santa Cruz um percurso de vida dedicado à música e aos instrumentos. Luís Santos é mestre da Banda União de Santa Cruz desde 1978. Mas o seu bisavô também por lá passou. Actualmente a formação composta por duas dúzias de músicos reúne vários descendentes da família Santos. O Rui e o Tiago são filhos do regente mas a família Santos também tem na banda dos netos Diana, Luís e o Gonçalo. Todos tocam instrumentos de sopro e o mais novo também se dedica à precursão. Para eles a música, seja ela qual for, é uma terapia e um modo universal de comunicação. Diana é a mais velha, toca saxofone, está no oitavo grau de canto. Vai seguir música mas o avô gostaria que Diana Santos chama-se a si a liderança da instituição. E Diana não diz que não! “Sinto alguma responsabilidade e no futuro alguém deve preservar este património, dependendo do rumo que a minha vida der verei”, afirma. Mas o avô Luís tem outras ambições: Instalar a colectividade na antiga escola básica de Aldeia Nova do Cabo. “Permitiria criar uma sala de ensaios com acústica e um espaço de aprendizagem para as novas gerações de músicos”. A par da mudança de instalações, a Banda União de Santa Cruz reclama um espaço mais seguro para o espólio da instituição. O designado Museu da Banda mora no edifício da junta de freguesia mas como às vezes chove lá, a humidade é um perigo para as partituras e instrumentos. Além da família Santos, também os Cunhas, que já estiveram na banda com o avô e o pai tem na formação um neto, e os Tavares têm um percurso de vida associado à Filarmónica. Os laços de família estimulam a dinâmica entre a população da Aldeia e a música. Uma dinâmica que marcou o master classe realizado no fim-de-semana de aniversário e que reuniu uma dezena de participantes dos 11 aos 28 anos. Da história da Filarmónica fazem parte inúmeros concertos na região e em Lisboa (a convite da associação de amigos e naturais de Aldeia Nova do Cabo) bem como a presença em cerimónias presididas pelo Presidente da República ou por vários governantes. Uma das últimas actuações aconteceu na Twintex, empresa de prestígio da região, que ofereceu o novo fardamento da formação que agora volta a vestir de azul. Com uma saúde financeira estável a Banda de Santa Cruz espera continuar a realizar muitos concertos por forma investir em novos instrumentos. Depois do saxofone alto estreado nos 211 anos, faltam bombardinos, clarinetes e outros que se juntam à tuba que a junta de Aldeia Nova do Cabo lhes ofereceu.

Publicado no Jornal do Fundão em Outubro de 2013

quarta-feira, outubro 02, 2013

Catarina Rondão uma vida que se confunde com o desporto

Inspirada em José Mourinho e portadora de uma enorme vontade de ganhar. Dirigente associativa, desportista e professora descrente quanto ao futuro da educação em Portugal. Eis Catarina Rondão. Nelita para os amigos! 

Gosta de café e até lhe parece que a cafeína pode ser um bom aditivo para a prática desportiva, mas preferiu uma água fresca. “Ativa-nos antes da competição, de preferência se for tomado meia hora antes da prova”, explicou a presidente do Grupo Desportivo de Valverde (GDV). 
É presidente desde 25 de Agosto. “Fui quase empurrada porque dava aulas de ginástica e manutenção às pessoas de Valverde e dei-me conta de que havia ali infra-estruturas que poderiam ser rentabilizadas. A direção cessante lançou-me o repto para eu avançar. Primeiro achei a ideia descabida, pois nunca me vi dirigente de topo, mas depois…! Valverde é a única aldeia com condições para ter de tudo um pouco. Seria um desperdício o clube não apostar em coisas diferentes. Como amante do desporto não poderia excluir-me”. 

O lema é Desporto Para Todos. “Teremos caminhadas temáticas ginástica de manutenção para senhoras, manteremos o futsal”. Promover o todo o terreno com grupo Bate Mato, também é uma aposta. Sustentabilidade é a palavra de ordem num clube que não quer ser subsídio-dependente. “Hoje o associativismo não se compadece com carolice. Tem de haver reconhecimento do trabalho de quem dinamiza os clubes. Temos de ser mais profissionais que carolas”. 

Aos 29 anos, Catarina Rondão será uma das poucas - senão a única- mulheres à frente dos destinos de um clube que, tendo um percurso vincadamente virado para o futebol, está a iniciar uma viragem. “Queremos torná-lo mais eclético. Aberto a toda a população”. 
O GDV passará a centrar toda a componente desportiva de formação no futsal. Mas haverá espaço para o pedestrianismo, cultura (cinema ao ar livre, teatro e exposições são uma hipótese) e combate ao sedentarismo”. 
Não sendo comum a população do interior estar familiarizada com modalidades como canyoning ou rappel e outros desportos radicais, Catarina Rondão confidencia-nos que em Valverde há condições para todas as modalidades. E fala-nos desse espírito de motivação e competitividade. “Crer na possibilidade de chegar ao topo. É isso que faz a diferença no desporto e em todo o lado.” Uma matriz que, enquanto treinadora, tenta transmitir aos seus jogadores. “Mas não é regra pois os objetivos definem-se mediante a realidade de cada grupo. Para ganhar é preciso haver motivação, dedicação e empenho”, esclarece. 

Catarina Rondão já foi atleta. Começou no atletismo no Grupo Desportivo de Valverde, passou pelo Agrupamento de Escolas do Fundão e pelo Grupo de Convívio e Amizade nas Donas. Foi selecionadora distrital de futsal. Antes disso, integrou “a geração de ouro” de desportistas do distrito de Castelo Branco. Sob orientação do então selecionador distrital de futsal, Catarina Rondão, bebeu de José Luís Mendes algumas das suas competências para ser vencedora. 
Joel Rocha, atual treinador da equipa de futsal sénior do Fundão, também foi um dos mestres desta antiga campeã de futsal. Ao serviço das Donas e mais tarde com as cores da Desportiva da Estação, Nelita fez parte das primeiras equipas de futsal feminino da região. Conquistou títulos. Um patamar que ainda não alcançou na sua ainda curta carreira de treinadora de futebol no Clube Académico do Fundão. Nada que a fragilize. 

O caminho faz-se caminhando. Parece um lugar-comum. Mas não é! No café à mesa da Pastelaria Jardim, no Fundão, Catarina Rondão partilhou connosco o seu palmarés e as experiências mais enriquecedoras de uma vida integralmente dedicada à atividade física. Também nos contou das frustrações da professora de educação física. “É com muita tristeza e frustração que nos damos conta que estudamos para uma finalidade e um ideal de ensino que está cada vez mais distante do sonho”. Como é que chagamos aqui, perguntei-lhe. Respondeu que “o problema não é de agora, houve exageros repetidos. Os cursos de educação deveriam estar todos fechados. Mantemo-los abertos para quê? Pergunta. 

Catarina é professora do ensino básico, variante de educação física, desde 2007. Acrescentou à licenciatura um mestrado em educação física. No Ministério da Educação só teve oportunidade para leccionar 7 meses e uma semana. Diante isto, está tudo dito.

Texto publicado no Jornal do Fundão de 26 de Setembro de 2013

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