quarta-feira, outubro 02, 2013

Catarina Rondão uma vida que se confunde com o desporto

Inspirada em José Mourinho e portadora de uma enorme vontade de ganhar. Dirigente associativa, desportista e professora descrente quanto ao futuro da educação em Portugal. Eis Catarina Rondão. Nelita para os amigos! 

Gosta de café e até lhe parece que a cafeína pode ser um bom aditivo para a prática desportiva, mas preferiu uma água fresca. “Ativa-nos antes da competição, de preferência se for tomado meia hora antes da prova”, explicou a presidente do Grupo Desportivo de Valverde (GDV). 
É presidente desde 25 de Agosto. “Fui quase empurrada porque dava aulas de ginástica e manutenção às pessoas de Valverde e dei-me conta de que havia ali infra-estruturas que poderiam ser rentabilizadas. A direção cessante lançou-me o repto para eu avançar. Primeiro achei a ideia descabida, pois nunca me vi dirigente de topo, mas depois…! Valverde é a única aldeia com condições para ter de tudo um pouco. Seria um desperdício o clube não apostar em coisas diferentes. Como amante do desporto não poderia excluir-me”. 

O lema é Desporto Para Todos. “Teremos caminhadas temáticas ginástica de manutenção para senhoras, manteremos o futsal”. Promover o todo o terreno com grupo Bate Mato, também é uma aposta. Sustentabilidade é a palavra de ordem num clube que não quer ser subsídio-dependente. “Hoje o associativismo não se compadece com carolice. Tem de haver reconhecimento do trabalho de quem dinamiza os clubes. Temos de ser mais profissionais que carolas”. 

Aos 29 anos, Catarina Rondão será uma das poucas - senão a única- mulheres à frente dos destinos de um clube que, tendo um percurso vincadamente virado para o futebol, está a iniciar uma viragem. “Queremos torná-lo mais eclético. Aberto a toda a população”. 
O GDV passará a centrar toda a componente desportiva de formação no futsal. Mas haverá espaço para o pedestrianismo, cultura (cinema ao ar livre, teatro e exposições são uma hipótese) e combate ao sedentarismo”. 
Não sendo comum a população do interior estar familiarizada com modalidades como canyoning ou rappel e outros desportos radicais, Catarina Rondão confidencia-nos que em Valverde há condições para todas as modalidades. E fala-nos desse espírito de motivação e competitividade. “Crer na possibilidade de chegar ao topo. É isso que faz a diferença no desporto e em todo o lado.” Uma matriz que, enquanto treinadora, tenta transmitir aos seus jogadores. “Mas não é regra pois os objetivos definem-se mediante a realidade de cada grupo. Para ganhar é preciso haver motivação, dedicação e empenho”, esclarece. 

Catarina Rondão já foi atleta. Começou no atletismo no Grupo Desportivo de Valverde, passou pelo Agrupamento de Escolas do Fundão e pelo Grupo de Convívio e Amizade nas Donas. Foi selecionadora distrital de futsal. Antes disso, integrou “a geração de ouro” de desportistas do distrito de Castelo Branco. Sob orientação do então selecionador distrital de futsal, Catarina Rondão, bebeu de José Luís Mendes algumas das suas competências para ser vencedora. 
Joel Rocha, atual treinador da equipa de futsal sénior do Fundão, também foi um dos mestres desta antiga campeã de futsal. Ao serviço das Donas e mais tarde com as cores da Desportiva da Estação, Nelita fez parte das primeiras equipas de futsal feminino da região. Conquistou títulos. Um patamar que ainda não alcançou na sua ainda curta carreira de treinadora de futebol no Clube Académico do Fundão. Nada que a fragilize. 

O caminho faz-se caminhando. Parece um lugar-comum. Mas não é! No café à mesa da Pastelaria Jardim, no Fundão, Catarina Rondão partilhou connosco o seu palmarés e as experiências mais enriquecedoras de uma vida integralmente dedicada à atividade física. Também nos contou das frustrações da professora de educação física. “É com muita tristeza e frustração que nos damos conta que estudamos para uma finalidade e um ideal de ensino que está cada vez mais distante do sonho”. Como é que chagamos aqui, perguntei-lhe. Respondeu que “o problema não é de agora, houve exageros repetidos. Os cursos de educação deveriam estar todos fechados. Mantemo-los abertos para quê? Pergunta. 

Catarina é professora do ensino básico, variante de educação física, desde 2007. Acrescentou à licenciatura um mestrado em educação física. No Ministério da Educação só teve oportunidade para leccionar 7 meses e uma semana. Diante isto, está tudo dito.

Texto publicado no Jornal do Fundão de 26 de Setembro de 2013

Fernando Paulouro, “Património Cultural de Interesse Público”

Uma plateia de amigos entre a assistência e os oradores que participaram no lançamento do segundo volume do livro Crónicas do País Relativo de Fernando Paulouro. Foi assim, na sexta-feira, na biblioteca municipal de Castelo Branco. Das intervenções destaque para as palavras proferidas pelo presidente da agência Lusa. Afonso Camões considerou o novo livro mais um exemplo do “grande esforço de cidadania”. Fernando Paulouro, apresenta um novo livro de crónicas “que mantêm uma extrema actualidade e que retractam o preço que esta Beira paga por ser Interior”, afirmou. Afonso Camões, enalteceu a “persistente insubmissão” que caracteriza a carreira de Fernando Paulouro e declarou o ex-director do Jornal do Fundão como “Património Cultural de Interesse Público”.
Numa sessão, a que compareceram dois amigos e jornalistas espanhóis, não faltou o elogio à “capacidade de resistência” de um homem que travou, nas páginas do Jornal do Fundão, muitas batalhas em defesa da região. O Poeta António Salvado revelou uma aparentemente desconhecida do grande público. “A batalha pela construção da galeria de arte moderna no Museu Tavares Proença”.
A geografia da Beira e os muitos projectos adiados ou concretizados marcaram a intervenção do autarca de Castelo Branco. Numa das últimas cerimónias públicas, antes do fim da carreira de autarca, Joaquim Morão enalteceu “um amigo cuja disponibilidade para promover a região é total e desinteressada”. “ O Fernando ainda não se retirou e com a sua pena ajudará a descobrir novos horizontes para a região”, prevê Joaquim Morão. “A verticalidade” do autor foram sublinhados por todos os oradores. Rui Jacinto, ex-presidente da CCDR do Centro, também esteve entre os intervenientes.
Diante tantos elogios, Fernando Paulouro diria que já “poderei morrer descansado”. Agradeceu “as palavras fraternas ou de atenção crítica” àquilo que escreve enaltecendo a presença dos amigos que “aqui vieram dizer coisas tão excessivas e para elas apenas encontro a explicação da amizade”. O autor de a Crónica do País Relativo sublinhou a importância de o novo livro ser lançado, uma vez mais, em Castelo Branco. “ Reafirmar a minha honra em ficar tão ligado a este ciclo da crónica do país relativo”, disse sobre Joaquim Morão.

O segundo volume do livro de Fernando Paulouro tem prefácio de Manuel António Pina, jornalista e escritor natural do Sabugal entretanto falecido.  A obra apresenta ainda um diário sobre “o trabalho dos dias” de quem não estando regularmente nos jornais continua a pensar uma região. Editado pela A23, o livro contém ainda um registo áudio, compilado por João Bento, sobre os dias em que Fernando Paulouro fez da mesa das conversas a extinta Rádio Jornal do Fundão.

Texto publicado na Rádio Cova da Beira Setembro 2013

quarta-feira, março 04, 2009

De volta

Quase dois anos depois de ter parado de escrever encontrei o caminho de volta ao meu próprio blog.
Diria que um problema técnico me foi afastando daqui.
E agora que (re)encontrei a minha password vou voltar a escrever e a estar mais presente.
Assim um pouco como a Primavera que se avizinha e começa a dar os ares da sua graça pelas terras da Cova da Beira, também eu regresso.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Natal a quanto obrigas....

Não era suposto o pessoal andar todo a poupar?Mesmo os nossos municipios?
Parece que não...na minha e noutras cidades já se vêem as primeiras de corações de Natal.
São milhares de lâmpadas e luzinhas...2,5milhões de luzes numa das maiores cidades de Portugal, escrevia hoje no Público o Eduardo Prado Coelho.Será que acrise não chegou aos cofres municipais?E a luz que se gasta?
Dito assim,parece que não gosto de ver a urbe mais iluminada,que não gosto do Natal,que...que...
Nada disso.
Eu não gosto é que me entrem no bolso,me façam acreditar que a conjuntura económica é dificil,que a lei das finanças locais é um rude golpe nos cofres das autarquias..para depois ver os senhores autarcas a gastar milhões em decorações de Natal...

terça-feira, setembro 26, 2006

Eugénio de Andrade o poeta maior

 Fui à Póvoa. À terra do poeta nascido há uma centena de anos. Encontrei memória falada, orgulho e expetativa quanto à importância de Póvoa ...